O Março Lilás é um mês dedicado a prevenção do tumor de colo de útero.
O tumor de colo de útero pode ser extinto nos próximos anos, pois estamos tendo a chance de eliminar um tipo de tumor devido a uma vacina. Mais de 95% desses tumores podem estar relacionados a um vírus chamado HPV.
Hoje, temos disponível na rede pública a vacina para HPV gratuita para crianças de 9 a 14 anos e para pessoas imunossuprimidas, pacientes que convivem com HIV/Aids, pacientes oncológicos de 9 a 45 anos.
O ideal é que a vacina contra o HPV seja tomada antes mesmo da primeira relação sexual, uma vez que esse vírus é sexualmente transmissível. No entanto, pode acontecer de a pessoa mesmo na vida adulta ainda não ter tido contato com o vírus e mesmo assim, ser beneficiado do uso da vacina.
Procure uma unidade de saúde, tire as suas dúvidas com seu médico ginecologista, com pediatra dos seus filhos e não vamos perder essa oportunidade.
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Acesse: https://sobreocancer.com.br/colo-utero e saiba mais sobre os principais sintomas, formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero.
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Olá! Sou José Altino, médico oncologista do Corp – Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar a respeito de vacina.
A primeira vacina descoberta no mundo foi em 1749, na Inglaterra: a vacina contra varíola. A partir de então, várias outras vacinas foram descobertas e são utilizadas até a presente data.
Na população adulta, atualmente, cinco são as doenças mais preocupantes. Entre elas: Sarampo, Febre Amarela, Hepatite B, Influenza (a vacina da gripe) e, mais recentemente, o Covid-19, Coronavírus.
Muito se fala de eficácia das vacinas. As vacinas da Hepatite B, Sarampo e Febre Amarela apresentam uma eficácia ao redor de 80 a 90%. Já a vacina da Influenza apresenta uma eficácia que pode variar de 40 a 90%. E a do Covid-19? Fica ao redor de 50 a 94, 95%.
A eficácia é a capacidade da vacina de evitar o desenvolvimento da doença, após a sua aplicação, ou então, quando a doença se manifeste, seja com quadro mais brando, com menor complicações. Então a eficácia significa: ausência total do desenvolvimento da doença ou a doença com complicações e manifestações mais suaves.
Foi aprovado para uso emergencial no Brasil, dia 17 de Janeiro de 2021, a vacina Coronavac. Ela foi investigada, no Brasil, com 12.607 voluntários, sendo que 6129 fizeram uso da vacina Coronavac e 6129, fizeram uso do placebo. Cabe ressaltar que nenhum paciente sabia se estava no grupo do placebo ou no grupo da vacina. Portanto, um estudo chamado de duplo-cego. Nem o paciente nem investigador, que no caso é o médico, tinha consciência do que estava sendo aplicado naquele voluntário.
Os voluntários foram os profissionais da área de saúde, pois existia uma urgência para análise dos dados. Os profissionais de saúde têm contato, mais frequentemente, com o vírus Covid-19 e, por isso, eram as pessoas ideais para participar do estudo. População adulta: de 18 a 60 anos (incluindo acima de 60 anos). Esse estudo começou em julho de 2020 e foi finalizado – a inclusão de pacientes – dia 18 de dezembro de 2020. Foi analisado e trabalhado em 16 centros (16 hospitais) dentro do Brasil.
De acordo com os dados desse estudo, foi permitida a liberação para a utilização emergencial da Coronavac no Brasil, pois apresentou uma eficácia global de 50,4% e, dentro desses 6129 pacientes que utilizaram a vacina, não ocorreu nenhum caso de covid-19 com necessidade de internação em UTI, ou seja, de ventilação mecânica. 78% dos casos de Covid-19 (Coronavírus) que se manifestaram no grupo dos pacientes que havia utilizado a vacina apresentaram quadros leves. Muitas das vezes, nem necessitando de internação, apenas de cuidados em casa. Portanto a vacina cumpriu a sua missão, ou seja, diminuiu o risco de complicações do covid-19 de maneira brilhante. Nenhum caso com manifestação grave e 78% com manifestações brandas.
A Coronavac não apresenta licença definitiva em nenhum país, mas já está sendo usada na China, na Turquia e na Indonésia, em uso emergencial.
Por que existe diferenças de eficácia entre as vacinas do Covid-19? Provavelmente por conta que uma trabalha com vírus atenuado (inativado), enquanto outras duas com RNA vírus e as duas outras – que é a de Oxford e a russa –, trabalham com vetor viral. Provavelmente a diferença de eficácia se deva a esse fator.
O que devemos levar em consideração ainda é a condição de armazenamento dessas vacinas, pois a vacina Coronavac – a chinesa – pode ser armazenada em temperaturas ao redor de 5 graus bem como a de Oxford. Isso facilita o transporte e o acondicionamento dessas vacinas nos postos de saúde, sem influenciar na qualidade e na viabilidade da vacina. Já a vacina da Moderna e a Sputnik necessitam de armazenamento com temperaturas a menos de 18 e 25 graus. A vacina da Pfizer necessita de uma temperatura a menos de 70 graus para o seu armazenamento. Isso é importante por que? Porque se a vacina não for armazenada na temperatura ideal, ela perde a sua eficácia. Então, a gente estaria recebendo uma medicação (uma vacina) já sem eficácia alguma, pela falta de condição adequada de armazenamento.
E os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais do Trabalho em voluntários do a Coronavac foram extremamente baixos. Complicações graves? Nenhuma: zero! Complicações de grau 1 ou grau 2, ou seja, complicações de baixa complexidade? Ao redor de 10%. A principal complicação da vacina? Dor no local da aplicação. É sabido que todas as vacinas apresentam como efeito colateral febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga – são sintomas extremamente comuns em qualquer tipo de vacinação. E isso aconteceu ao redor de 50,8% dos pacientes dessa pesquisa. Portanto é uma vacina extremamente segura. E aí existem alguns grupos que advogam que a vacina tem risco de morte e isso é infrequente.
Contra indicação para o uso da vacina Coronavac:
Pacientes que já tenham apresentado reação anafilática com outras vacinas previamente, ou paciente que seja alérgico ao polietileno glicol (que é um componente químico presente em alguns laxantes) e o polissorbato (que é um componente químico emoliente utilizado em alguns produtos cosméticos). Portanto a contra indicação para aplicação da Coronavac é muito baixa! Apenas essas três situações, em que pacientes já apresentaram reação anafilática a outras vacinas ou que têm alergia a um desses componentes (o polietileno glicol e polissorbato). De uma maneira geral, os efeitos colaterais são ao redor de 5 a 10%, enquanto os sintomas de febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga (cansaço) podem ocorrer ao redor de 50% dos pacientes, podendo perdurar até sete dias. Mas são efeitos totalmente pertinentes e comuns para qualquer tipo de vacinação.
Os pacientes oncológicos vão poder fazer o uso da vacina Coronavac? Sim.
Os pacientes oncológicos, mesmo em tratamento quimioterápico, podem utilizar a vacina Coronavac. Esse conhecimento se faz a partir do fato de que outras vacinas já são utilizadas, entre elas, a influenza, e sem risco algum para o paciente em quimioterapia. Porém, é sabido que existe uma diminuição da eficácia, uma diminuição da produção de anticorpos, nos pacientes em quimioterapia porque a imunidade costuma estar mais baixa. Sendo assim, os pacientes oncológicos, em quimio ou que não estejam em quimioterapia, estão liberados para fazer a aplicação da Coronavac.
Já ouviu falar sobre a vacinação contra o HPV em meninas adolescentes e, agora, em meninos?
Caso você esteja se perguntando sobre a eficácia da vacinação, leia as informações a seguir.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 2020, espera-se, aproximadamente, 16.590 novos casos de câncer de colo de útero com 6.526 mortes.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Considerando que 90% dos cânceres de colo de útero estão relacionados ao HPV, precisamos chamar a atenção para a vacinação oferecida pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas entre 9 a 26 anos vivendo com HIV / Aids e outras condições imunossupressoras como pacientes transplantados e em tratamento de câncer.
No último dia 20 de Outubro, foi publicado um grande estudo sueco*, no New England Journal of Medicine, sobre a relação entre a vacinação contra o papilomavírus humano na prevenção de lesões cervicais de alto grau e o risco subsequente de câncer cervical invasivo.
Através deste estudo, foi comprovado que a vacina reduz substancialmente o risco da doença em nível populacional. Essa redução foi de até 88% no risco de desenvolver o câncer de colo de útero nas jovens vacinadas, quando comparado com meninas não vacinadas.
O estudo ainda confirma que a vacina quadrivalente protege contra o câncer cervical, porém, ressaltou a importância desta vacina ser aplicada ainda em idade jovem para uma melhor proteção, com uma redução do risco em até 88% em mulheres vacinadas antes dos 17 anos.
Os resultados, a longo prazo, vislumbram a redução significativa de câncer de colo de útero nas próximas décadas.
Você também tem várias informações a respeito do tema na Live que fizemos: HPV – Cuidado e proteção dos adolescentes. Na Live, o Dr. José Altino (CRM 73227), oncologista clínico do Corp, debate o assunto abordando questões do universo dessas jovens adolescentes com a Dra. Valéria Dória (CRM 79010), ginecologista e obstetra, e com a Prof. Dra. Maria Jaqueline Coelho Pinto (CRP 06/39394-1), psicóloga.
* O trabalho foi financiado pela Swedish Foundation for Strategic Research.
2 – HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer – Jiayao Lei, Ph.D., Par Sparén, Ph.D. et al – October 1, 2020 – N Engl J Med 2020; 383:1340-1348 – DOI: 10.1056/NEJMoa1917338
Antes de responder a esta pergunta, é preciso conhecer o mecanismo de ação da imunoterapia. As células do nosso sistema imunológico contêm moléculas que fazem o controle imunológico, que precisam estar ativadas para combater as células tumorais; essas moléculas são chamadas de inibidores de checkpoint imunes. Nesse caso, são administrados medicamentos modernos (imunoterapia) que restabelecem a atividade destas moléculas de controle imunológico para o combate das células cancerígenas.
Entre as muitas dúvidas que surgem durante o tratamento do paciente oncológico está a questão da vacina da gripe. Será que ele pode tomar? Vai prejudicar o tratamento? A vacina faz com que o paciente pegue a gripe?
A boa notícia vem dos pesquisadores do “Albert Einstein College of Medicine”, de Nova Iorque: sim, o paciente em tratamento contra o câncer pode tomar a vacina contra a gripe.
Voltando ao estudo, os pesquisadores relataram que 370 pacientes com câncer receberam a vacina contra a gripe junto ao tratamento com inibidores de checkpoint imunes. Foi observado que não houve aumento de efeitos adversos produzidos pela vacina , portanto é seguro o uso da vacina contra gripe apesar do tratamento de imunoterapia para câncer.
E para proteger ainda mais os pacientes, a vacina ministrada para eles é produzida a partir de vírus inativos, ou seja, mortos. “Isso também evita que o paciente fique gripado após a aplicação da vacina”, explica o médico oncologista do CORP, José Altino.
O médico diz ainda que, o que pode acontecer, é que a vacina não atinja 100% da eficácia devido à debilidade do organismo do paciente em tratamento oncológico. “Uma das soluções para contornar esta situação é aplicar a vacinação nos intervalos dos ciclos de quimioterapia”.
Mas de acordo com Altino, mesmo em tratamento, é importante que o paciente seja imunizado pois, devido à quimioterapia, ele tem maior risco de contrair a gripe ou infecções associadas a ela.
Mas e se mesmo imunizado o paciente contrair a gripe? Nesse caso a orientação é de que o paciente jamais tome remédios por contra própria e procure seu médico o mais rapidamente possível! Só ele pode indicar o melhor tratamento.
Veja algumas orientações para evitar que o paciente contraia a gripe:
O paciente deve evitar o contato com pessoas gripadas. Se ele morar na mesma casa da pessoa que está doente, separe pratos, talheres e roupas de cama e banho apenas para ele;
Lave sempre as mãos! Se elas estiverem contaminadas com o vírus da gripe, as chances de que o paciente fique doente são grandes;
Agasalhe bem o paciente nos dias frios. As baixas temperaturas podem prejudicar as funções imunológicas;
Evite deixar o paciente em ambientes muito fechados e com muitas pessoas, pois eles podem concentrar um grande número de vírus e bactérias. O ideal é ventilar a casa pela manhã e no final da tarde.
Agora que você já sabe mais sobre a vacina contra a gripe e os cuidados com o paciente em tratamento, converse sobre isso com o médico que está cuidando do seu familiar! A prevenção é a melhor forma de evitar que seu ente querido fique doente!