Olá!
Eu sou José Altino, médico oncologista do CORP – Centro de Oncologia Rio Preto.
Hoje, vamos conversar sobre a diferença entre câncer genético, familial e esporádico.
O câncer esporádico é aquele que ocorre em pessoas sem uma história familiar, podendo ter ou não relação com os fatores de risco. Um bom exemplo, é o câncer de pulmão que pode ocorrer em pessoas sem nenhuma história familiar e relacionado com o hábito do fumo.
O câncer genético é aquele que ocorre em pessoas, geralmente, com uma história familiar positiva e muito mais frequentemente os tumores relacionados são de mama, ovário e intestino, numa ordem de, aproximadamente, 20 a 25, 30% dos casos. O médico deverá colher uma história familiar do paciente discriminando quais foram os parentes, a relação deste paciente e seus familiares e quais os tipos de tumores que ocorreram na família bem como a idade na qual foi feito o diagnóstico. Isso é conhecido como história familiar, também tecnicamente conhecido como Eridograma.
Baseado no Eridograma, o geneticista vai solicitar um exame que é o teste genético para uma análise detalhada do DNA do paciente em busca de uma mutação genética. Nesse caso, se estabelece que o paciente tenha ou não um câncer genético. Um bom exemplo são aqueles casos em que se tem uma história familiar com vários casos de câncer de mama e de ovário entre mãe, irmã, tias e avós e se define qual a idade na qual começou o câncer do ente querido mais novo.
Por exemplo, se o parente teve câncer de mama aos 45 anos. Então, devemos fazer o rastreamento desta família 10 anos antes do caso mais jovem que ocorreu. Então, no caso de 45 anos, o familiar aos 35 anos começa a ter a necessidade de fazer um rastreamento familiar baseado nessa presença ou não do teste genético positivo.
E qual que é a diferença do câncer genético e o câncer familial?
É exatamente o fato de ter ou não a confirmação do teste genético positivo, pois pode acontecer casos de pessoas que tenham história familiar com vários membros acometidos, como mama, ovário, rim, fígado e outros casos, no entanto, o teste genético não vem positivo, ou seja, talvez o teste genético não tenha sido capaz de fazer a detecção da mutação genética desta família, portanto, uma limitação técnica do sequenciamento do DNA, ou seja, do código da herança familiar daquela pessoa. Ou quando ocorre mutações ainda desconhecidas do ponto de vista médico, pois apesar de existir grandes avanços nessa questão do sequenciamento genético, os geneticistas, cientistas e médicos ainda não têm um conhecimento de todas as patologias envolvidas.
Então, a diferença entre genético e familial é justamente a presença ou ausência de uma comprovação do teste genético, mas ambos os casos têm uma história familiar positiva de diversos tumores e de várias gerações envolvidas.
José Altino – CRM 73227