A Dra. Flávia Lidiane A. do Nascimento (CRM-SP 116533), oncologista clínica do Corp, esteve na ASCO 2023, encontro anual da Sociedade de Oncologia Americana que reuniu mais de 40 mil médicos do mundo inteiro e conta aqui as novidades tão importantes da medicina nos tratamentos oncológicos. Confira!
Esse ano, tive o prazer de poder participar, mais uma vez, desse evento mundial tão importante para a Oncologia e trago aqui aos nossos pacientes do Corp as principais notícias.
Tivemos novidades com medicamentos para tumores específicos como, por exemplo, um novo tratamento para tumores do sistema nervoso central de baixo grau, novas drogas para câncer de mama e também novas maneiras de utilizar alguns medicamentos de uso já consagrado na oncologia.
Foram apresentados trabalhos que mudaram a maneira de administrar certos medicamentos e também melhores formas de manejar os efeitos colaterais dos mesmos.
Sobre um tratamento muito falado na mídia nos últimos dias, o “Car T Cell Therapy”, ainda não se mostrou um modo efetivo para tratamento de tumores sólidos, mas a ciência segue buscando alternativas de combinar com imunoterapias e vacinas. O “Car T Cell Therapy” é um tratamento que utiliza medicamentos a partir das próprias células de defesa do paciente e não drogas sintéticas.
E, por falar em vacinas, foram apresentados alguns trabalhos que evidenciam boas respostas na combinação de vacina e imunoterapia e devem chegar para tratamento já em um futuro próximo.
Como eu disse, foi um privilégio poder participar desse evento tão rico, com muitas novidades e é muito bom poder ver a ciência evoluindo e fazer parte disso tudo.
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
O vídeo de hoje é um resumo sobre algumas novidades em relação ao câncer de mama e câncer do trato gastrointestinal que foram apresentadas na ASCO neste ano.
Vamos começar! O que seria a ASCO? É um congresso americano que acontece anualmente, no final de maio ou início de junho, em Chicago. Lá, são apresentados os principais trabalhos que fortalecem algumas condutas ou propõem mudanças de conduta, quando aparece algum novo tratamento.
Estamos na Pandemia e esse ano, assim como ano passado, nós participamos desse congresso de forma virtual.
Durante o evento, eu gravei alguns vídeos falando sobre alguns trabalhos com um pouco mais de detalhes. Então o vídeo de hoje é só para dar uma ideia da principal informação.
Com relação ao câncer de mama, fica aquela frase “menos é mais”. Principalmente nas mulheres com câncer de mama com receptores hormonais positivos. Foram apresentados alguns trabalhos que nós já conhecíamos, mas que reforçam e mostram que o benefício existe e ele vem aumentando, onde nós deixamos a quimioterapia sempre para depois. A quimioterapia é utilizada em último caso. Temos um bloqueio hormonal hoje disponível de uma forma muito eficaz e muitas mulheres se beneficiam desse tipo de tratamento, onde a qualidade de vida não se compara a que se tem com a realização da quimioterapia, que tem diversos efeitos colaterais. Alguns deles são, muitas vezes, a queda de cabelo e a queda da imunidade. Com bloqueio hormonal, a gente não tem esse tipo de alteração. Alguns outros trabalhos em relação a outros perfis de tumores de mama também foram apresentados com relação a molécula Her2 ao Triplo-Negativo, mas eu acho que o que ficou de mais forte, pelo menos para mim, foi essa questão de que “o menos para essas mulheres com receptores hormonais positivos é mais”. Então sempre pensar nessa possibilidade antes de começar a fazer uma quimioterapia.
Com relação ao trato gastrointestinal, já tínhamos alguns trabalhos e a gente já estava começando a utilizar a imunoterapia, mas esse congresso trouxe realmente a imunoterapia, de uma forma mais forte, como indicação para os pacientes com tumores de intestino que tem instabilidade microssatélite. Assim como a utilização da imunoterapia naqueles tumores que são da transição gastroesofágico. É claro que tem que tem vários detalhes com relação ao perfil do tumor, ao perfil do paciente, mas são dados que nos encorajam e nos deixam muito felizes por poder estar oferecendo para os pacientes um tratamento eficaz e com baixa toxicidade.
Então foram boas notícias nessas duas patologias: mama e trato gastrointestinal. Na realidade, mais do que duas porque quando a gente fala em trato gastrointestinal, a gente está falando de esôfago, estômago, intestino, pâncreas, vesícula biliar e fígado. E é a ciência: a medicina vem evoluindo na área de Oncologia. Graças a Deus, estamos conseguindo tratar os pacientes e dar mais qualidade de vida.
Então, para o trato gastrintestinal: imunoterapia para muitos pacientes. Para o câncer de mama: bloqueio hormonal naquelas pacientes que tem indicação. Sendo assim, a gente pode oferecer uma qualidade de vida muito boa. Para mais detalhes, tem os outros vídeos que eu gravei à medida que eu ia assistindo o congresso. Então o apanhado é esse: a informação principal.
Se precisar de mais alguma informação, acesse os outros vídeos ou entre em contato pelas redes sociais, que tentaremos responder.
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Venho trazer para vocês, através deste vídeo, algumas notícias sobre a ASCO.
Vou fazer uma breve introdução para que vocês consigam entender um pouco:
Do câncer de mama, nós temos 23 tipos de tumores que a gente classifica. Temos os luminais, temos os triplo negativos e temos os Her2.
Hoje, foram apresentados alguns trabalhos, alguns já conhecidos e outros mais novos, que ainda precisam de algum tempo para a gente poder avaliar realmente a eficácia dessas novas drogas. Mas o que eu acho que foi muito importante foi a tendência que já vem, há algum tempo, existindo na oncologia, que é deixar a quimioterapia sempre para depois. Sempre que possível tentar algum outro tipo de tratamento. Nós temos a imunoterapia e temos também os bloqueios hormonais.
Com relação aos luminais, recentemente, tivemos a aprovação no rol da ANS dos inibidores de ciclina, onde a gente consegue potencializar a resposta com um bloqueio hormonal. Foram apresentados três trabalhos, dois já conhecidos apenas com algumas atualizações e um outro mais novo, um estudo chinês, mas também com uma molécula inibidor de ciclina. Todos mostrando realmente o grande benefício e a grande tendência a deixar para os pacientes, com tumor de mama luminal, a quimioterapia o mais tardiamente possível. E algumas outras moléculas vêm sendo estudadas, já planejando a utilização após esses inibidores de ciclina. Então, cada vez mais, a quimioterapia, que tem grande toxicidade, está ficando para depois.
Com relação aos triplo-negativos, não tivemos muitas novidades. Está se estudando muito a imunoterapia, mas a gente ainda precisa de dados para poder selecionar melhor o paciente que vai ter realmente benefício com essa imunoterapia.
Com relação aos pacientes Her2, nós temos os bloqueios anti-Her2, que já estão na nossa rotina há alguns anos e isso permanece. Mas o que vem aí de novidade é que a gente sempre associava esses bloqueios anti-Her2 com quimioterapia e a tendência aos pacientes que têm a molécula Her2, que são classificados como Her2, mas que têm também receptores hormonais positivos, esses pacientes também podem se beneficiar de um bloqueio hormonal associado ao bloqueio do Her2. Foi algo positivo para o cenário do Câncer de mama metastático.
Vamos torcer para que venham aí mais novidades e que a gente consiga, cada vez mais, trazer mais qualidade de vida para os nossos pacientes. Por hoje é só e voltaremos a gravar outros vídeos com mais alguns assuntos relacionados à ASCO.
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Desde sexta-feira, está acontecendo um evento chamado ASCO, que é o maior evento de atualização em Oncologia Clínica, um evento americano mundial. Pelo segundo ano consecutivo, estamos fazendo apenas a distância, sem ter nada presencial devido à pandemia. E hoje é o dia que tem as maiores novidades, chamado de Sessão Plenária.
Nessa sessão plenária são apresentados alguns trabalhos com potenciais de mudança de conduta. Então eu separei alguns para estar comentando com vocês. É claro que, em alguns, vamos ter algumas dificuldades para estar aplicando, por falta de acesso. Para outros, a gente vai precisar ainda de é autorização da Anvisa. E alguns outros são apenas promessas, mas boas promessas, são trabalhos com potenciais positivos mas que precisam ainda de um tempo mais longo para realmente observar o benefício.
Então vou comentar aqui, rapidamente, sobre alguns estudos.
O primeiro é o OLÍMPIA. Esse estudo avaliou o nicho bem pequeno de pacientes, mas são aquelas pacientes de alto risco, alto risco de câncer de mama, her2 negativo, podendo ser receptor hormonal positivo ou triplo negativo, com mutação do brca1 e brca2. Então o que foi avaliado é que essas pacientes, quando têm alguns critérios e tendo realizado quimioterapia pré-operatória ou tendo realizado quimioterapia pós-operatória – mas com alguns critérios: não são todas as pacientes –, e tendo a mutação do brca1 e brca2, elas teriam um benefício do uso de um inibidor de PARP. O que seria esse inibidor de PARP? Quando a gente tem a mutação do brca1 e brca2, a gente tem uma falha. A gente tem um material genético que está sempre sendo multiplicado nas nossas células e, nessas multiplicações, existem algumas falhas. O gene brca1 e brca2 são corretores, vamos falar assim: eles conseguem corrigir algumas alterações no material genético e, quando as pacientes têm essa mutação, elas perdem essa função. Então o material genético fica defeituoso, onde existe uma replicação anormal e a formação de um tumor, o câncer. Então o inibidor de PARP vai provocar a morte dessas células que têm essa alteração do material genético. Então esse medicamento já vem sendo estudado e já está sendo aprovado em algumas situações e, agora, a gente vem com ele no cenário adjuvante para o câncer de mama de alto risco. Então eu achei positivo. É claro que vamos precisar ainda de aprovações, pois é um medicamento oral, mas é algo bem promissor.
Um outro trabalho foi o trabalho JÚPITER-02. Nesse trabalho, foram analisados os pacientes com carcinoma de nasofaringe, que não é tão comum, mas existe, no cenário recorrente ou metastático. A gente utilizava sempre quimioterapia, seis ciclos de quimioterapia, e observava. Na prática clínica, alguns centros e alguns médicos faziam uma quimioterapia de manutenção, mas a gente não sabe até onde essa quimioterapia de manutenção realmente trazia algum benefício. Agora, a gente tem esse trabalho onde a gente ainda tem o dado de sobrevida global ainda imaturo, mas veio com a promessa boa. Pacientes vão estar utilizando quimioterapia associada a uma droga que é o Anti PD-L1, seguido de manutenção com Anti PD-L1, que tem baixa toxicidade. Nesse trabalho foi mostrado que tem 40% de redução de risco de morte específica pelo câncer de nasofaringe. Então é algo promissor, algo que a gente ainda não consegue utilizar na prática clínica, mas eu acredito que em algum momento, em breve, a gente vai ter dados bem positivos aqui, que a gente vai conseguir estar utilizando.
Teve um outro estudo OUTBACK, que é sobre câncer de colo de útero – que foi negativo – para um tratamento pós quimio com radioterapia para você estar utilizando quimioterapia. Infelizmente, foi negativo.
Um outro estudo para câncer de próstata, onde a gente tem limitações aqui na nossa região. O paciente precisa – o nome do estudo é VISION – estar se submetendo ao PET PSMA, aqueles pacientes que apresentam positividade no exame e tendo já realizado uma linha de quimioterapia e uma linha de um bloqueio hormonal dessas novas linhas de bloqueios hormonais, são elegíveis para estar usando uma terapia convencional, que aí ficava a critério de cada médico, junto com lutécio, que é o medicamento em que é utilizado a molécula da Medicina Nuclear. Então um estudo que teve um baixo impacto, um ganho muito pequeno, mas que foi positivo, mas que a gente vai ter dificuldades aqui na nossa região, devido a esse cenário de ausência do PET PSMA e dificuldade para utilização também do lutécio para medicina nuclear.
Um outro estudo foi o KEYNOTE-564 que me deixou muito animada. A gente não tinha nenhum trabalho mostrando o benefício na “adjuvância” (terapia adjuvante) para o carcinoma renal, após operado e, nesse trabalho, mostrou que o uso da imunoterapia, durante um ano, pode trazer benefício para esses pacientes. Uma baixa toxicidade, então eu acredito que isso aqui deva estar caminhando para aprovação pela Anvisa, mas a gente vai precisar esperar essa aprovação para poder estar utilizando. Mas os dados ainda são recentes, ainda é necessário um longo estudo, um longo tempo de avaliação, mas como a gente não tem nada e é algo que traz baixa toxicidade para o paciente, eu acho que é algo a ser pensado. Então hoje as novidades foram essas. Em breve, estaremos publicando, aqui, em novos vídeos com mais novidades do ASCO e qualquer dúvida que tenham podem nos questionar nas redes sociais. Era só isso. Obrigada!
ODr. José Altinoe a Dra. Flávia Lidiane do Nascimento, oncologistas clínicos do Corp, participam doASCO(American Society of Clinical Oncology), em Chicago.
A cidade sedia anualmente o Congresso Americano de Oncologia, onde mais de 40 mil oncologistas e especialistas debatem avanços e estudos sobre o câncer. O Evento acontece de 31 de Maio a 04 de Junho e é considerado o mais importante do mundo, pela comunidade oncológica.
O consumo de bebidas alcoólicas tem associação direta com o câncer de boca, esôfago, cordas vocais, fígado, câncer de mama e o câncer de cólon. Ainda, o álcool pode ser fator de risco de outros tipos de neoplasias, como o câncer de pâncreas e os tumores gástricos.
A estimativa é que 5% a 6% dos novos tipos de câncer e das mortes por câncer em todo o mundo estejam relacionadas ao consumo de álcool.
Vários fatores podem ser apontados como causadores dos tipos de cânceres, porém, o mais conhecido é o efeito do álcool sobre os estrogênios circulantes, uma via relevante para o câncer de mama.
Nos Estados Unidos da América (EUA), a American Heart Association, a American Cancer Society e o US Department of Health and Human Services recomendam atualmente que os homens limitem o consumo de bebidas alcoólicas a uma ou duas doses de bebida por dia e as mulheres a uma dose por dia.
Mas o uso regular do álcool também eleva os riscos de câncer de esôfago e câncer de mama, entre as mulheres e está associado a 5,8% das mortes de câncer no mundo. O risco é de duas vezes maior do que aqueles que não consomem bebidas alcoólicas.
Em especial nas mulheres, apenas uma dose de bebida alcoólica pode elevar o risco do câncer de mama. Alguns estudos mostraram que o álcool pode aumentar o risco nas fases pré e pós-menopausa em 5% e 9%, respectivamente.
Evidentemente, o consumo pesado – definido como oito ou mais doses por semana para mulheres e 15 ou mais para homens, incluindo o beber pesado episódico, quando a pessoa bebe todas as doses em apenas um evento – oferece riscos muito maiores.
No congresso, a ASCO diz que se junta a um “número cada vez maior” de instituições de tratamento do câncer e aos órgãos de saúde pública que apoiam as estratégias destinadas a prevenir o consumo de alto risco de bebidas alcoólicas. Nesta declaração, oferece recomendações baseadas em evidências de políticas para a redução do consumo excessivo de álcool, como a seguir:
Fazer o rastreamento do consumo de bebidas alcoólicas e intervenções breves em consultórios e ambulatórios.
Regulamentar o número de estabelecimentos que vendem álcool por região.
Aumentar os impostos e os preços das bebidas alcoólicas.
Manter as restrições de dias e horários nos quais a venda de álcool é permitida.
Melhorar a aplicação das leis que proíbem a venda a menores de idade.
Restringir a exposição dos jovens aos anúncios de bebidas alcoólicas.
Resistir à crescente privatização da venda de bebidas alcoólicas a varejo em comunidades onde atualmente o comércio de álcool encontra-se sob controle do governo.
Incluir estratégias de controle do uso de bebidas alcoólicas nos planos abrangentes de controle do câncer.
Apoiar os esforços das campanhas de alerta populacional como setembro verde, outubro rosa, novembro azul relacionadas com o câncer colorretal, mama e próstata respectivamente.
Para o caso de câncer mama devemos promover produtos ou serviços (ou seja, dissuadir os fabricantes de bebidas alcoólicas de explorar a cor rosa, o “outubro rosa”, ou as fitas cor-de-rosa, com o intuito de insinuar um compromisso com promover a luta contra o câncer da mama, dadas a evidências de que o consumo de álcool está ligado ao aumento do risco de câncer de mama).
Resenha realizada pelo Dr. José Altino – Oncologista clínico do Centro de Oncologia de Rio Preto, que estava presente nesta apresentação do Congresso da ASCO 2018.
O Dr. José Altino e a Dra. Flávia Lidiane do Nascimento, médicos oncologistas do Corp, participam do ASCO(American Society of Clinical Oncology), em Chicago.
A cidade sedia anualmente o Congresso Americano de Oncologia, onde mais de 30 mil oncologistas e especialistas debatem avanços e estudos sobre o câncer. O Evento científico acontece de 01 a 05 de Junho e é considerado o mais importante do mundo, pela comunidade oncológica.