Atendimento: Seg-Sex, 7h às 19h | (17) 3211-1919
16 de janeiro de 2019 by Blog do Corp 0 Comments

Pacientes oncológicos podem tomar vacinas?

Esta é uma dúvida comum no consultório, mas antes de responder a esta pergunta, vamos falar mais sobre as vacinas.

As vacinas são produzidas a partir de partículas virais, toxinas, ou vírus mortos ou enfraquecidos. Ao entrarem no corpo, o organismo aciona o sistema de defesa criando anticorpos contra esses micro-organismos.

Existe a imunidade desenvolvida a partir de vacinação ou mesmo a partir da infecção. Assim, nosso organismo terá que ter um sistema imunológico componente (capaz de produzir as defesas necessárias), mas em algumas situações específicas como quimioterapia, uso de imunossupressores após transplante o sistema imunológico estará incompetente (não capaz de produz as defesas necessárias).

Portanto o médico deverá avaliar algumas situações importante; o momento  ideal para vacinação para pacientes com baixa imunidade, o risco de surto da doença num determinado período do ano (inverno e risco de pneumonia), a localidade em que o paciente reside (se apresenta o surto de uma determinada doença como surto de meningite) ou ainda se o paciente está dentro do grupo de risco para uma determinada doença (neste último um bom exemplo são os  profissionais de saúde que apresentam risco maior para hepatites).

Os tratamentos cirúrgicos e a hormonioterapia não apresentam interferência do estado imunológico, mas os outros tratamentos como quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e transplante causam interferência no sistema imunológico.

Resumindo: algumas vacinas poderão ser realizadas quando necessário e cabe ao médico avaliar o estado de saúde do paciente e a necessidade da vacina.

Mas quais vacinas podem ou não serem aplicadas?

Podem ser aplicadas vacinas produzidas a partir de micro-organismos mortos, toxina do micro-organismos, ou proteína viral como:

  • Hepatite B
  • Hepatite C
  • DTP (coqueluche, difteria, tétano)
  • HPV
  • Influenza
  • Pneumocócica

Mas atenção: nesse caso eficácia poderá ser reduzida

Não podem ser aplicadas vacinas em pacientes quimioterápicos com vírus vivos atenuados como:

  • Herpes zoster
  • Tríplice viral (Sarampo, caxumba, rubéola)
  • Febre amarela

É muito importante que, antes de tomar qualquer vacina, que o paciente oncológico discuta com seu médico a necessidade da imunização.

Ele poderá avaliar a relação custo x benefício para o organismo e preparar um calendário de vacinação personalizado que não irá prejudicar o paciente.

Dr. José Altino  CRM 73.227-SP Oncologista Clínico Mestre pela  Famerp

24 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Natal Solidário no Lar de Betânia

Aconteceu na sexta-feira, dia 21 de dezembro, o Natal Solidário do Corp no Lar de Betânia com a realização de um almoço de Natal surpresa aos idosos moradores, funcionários do Lar, equipe Corp e equipe da Laís Accorsi, proprietária dos restaurantes Barbecue e Blue Jasmim.

Foi um dia lindo!

Agradecemos todas as pessoas que contribuíram adquirindo nosso cartão de Natal e também as pessoas que puderam doar um pouquinho do seu tempo com muita dedicação nesse trabalho voluntário, em especial a toda equipe Corp, Laís Accorsi e equipe.

O propósito é sempre nobre: levar um pouco de bate-papo e descontração nessa visita, mas o que recebemos em troca é muito maior do que podemos estimar: lição de vida em formato de amor e muito aprendizado em cada história compartilhada!

É sempre inspirador criar oportunidades de engajamento com a comunidade, principalmente uma pausa na correria do dia a dia para podermos renovar as energias no início de mais um lindo ano!

Veja as fotos:

   Apoio:

19 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Ergonomia no Corp

Já ouviu falar em ergonomia? É a ciência que estuda a interação entre o homem e a máquina ou a tecnologia com o objetivo que funcionem em harmonia. Nesse sentido, foca o ambiente de trabalho a fim de promover o bem-estar humano e o rendimento do sistema. A ergonomia, com seu campo de conhecimento multidisciplinar, atua nas empresas organizando o trabalho de forma que a atividade laboral esteja de acordo com as condições psicofisiológicas do colaborador, impactando diretamente na segurança do trabalho e saúde dos trabalhadores de vários setores.

Sua importância fica ainda mais clara quando observamos que uma boa parte das doenças relacionadas ao trabalho tem relação com atividades repetitivas, como é o caso da famosa Lesão por Esforço Repetitivo (LER), que chegou a ser apontada como uma doença epidêmica devido ao seu vasto alcance mundial.

Também chamada de D.O.R.T. (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), a LER é uma síndrome constituída por um grupo de doenças – tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, mialgias – que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores principalmente, e sobrecarrega o sistema musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade funcional da região comprometida. A prevalência é maior no sexo feminino.

O diagnóstico é clínico e é fundamental buscar a causa dos sintomas para eleger o tratamento adequado.

Os sintomas mais comuns são dor nos ombros, cotovelos, punho ou nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular, alteração da temperatura e da sensibilidade e inflamação.

É importante destacar que, na maioria das vezes, esses sintomas estão relacionados com uma atividade inadequada. por exemplo, se a pessoa ficar sentada diante do computador por oito, dez horas seguidas.

Nas crises agudas de dor, o tratamento inclui o repouso das estruturas musculoesqueléticas comprometidas. Nas fases mais avançadas da síndrome, a fisioterapia é um recursos terapêutico que tem o conhecimento da ergonomia e por isso tem-se mostrado muito útil no tratamento e prevenção da L.E.R.

Recomendações:

  • Procure manter as costas eretas, apoiadas num encosto confortável e os ombros relaxados enquanto estiver trabalhando sentado. Cuide também para que os punhos não estejam dobrados. A cada hora, pelo menos, levante-se, ande um pouco e faça alongamentos;
  • Certifique-se de que a cadeira e/ou banco em que se senta para trabalhar sejam adequados ao tipo de atividade que você exerce;
  • Não imagine que L.E.R. é uma síndrome que acomete apenas as pessoas que trabalham em determinadas funções. Quem usa o computador, por exemplo, para o lazer durante horas a fio, também está sujeito a desenvolver o distúrbio.

Mais importante do que entender essas doenças é ficar atento aos sintomas e ao momento de procurar ajuda especializada para corrigir a causa para que a doença não se torne recorrente.

Aqui no CORP, a ergonomia é aplicada diariamente como mais uma ação da CIPA e da alta liderança. O objetivo é zelar pela qualidade de vida dos colaboradores, a fim de evitar o comprometimento de suas funções motoras, além de promover um ambiente de trabalho sadio e comprometido com o bem-estar dos pacientes.

KELVIN ANEQUINI SANTOS – CREFITO-3/ 231408-F

THIAGO LOPES BARBOSA DE MORAIS – CREFITO-3/ 50026-F

17 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Carnes vermelhas e processadas podem causar câncer?

Antes de falar sobre a relação entre carnes vermelhas e processadas e câncer, é preciso entender o que são elas.

Também conhecida como carne muscular, a carne vermelha é qualquer carne que tem a cor vermelha escura antes de ser cozida.  Isso inclui carne de boi, cordeiro, porco, vitela, carneiro e cabra.

Além da carne vermelha também existem as carnes processadas, que passam por esse processo para melhorar o sabor e a preservação. Entre elas estão salsicha, calabresa, carne enlatada ou presunto.

Qual é a evidência de câncer?

Carnes processadas foram atribuídas ao Grupo 1 da OMS (Organização Mundial da Saúde), ou seja, carcinogênicas para humanos.

Segundo os padrões da OMS, isso significa que existem evidências suficientes de que as carnes processadas podem causar câncer. Eles chegaram a esta conclusão após avaliar estudos que mostram o desenvolvimento de câncer em humanos.

Os pesquisadores acreditam que as carnes processadas podem aumentar o risco de câncer colorretal ou de intestino.

Um estudo do World Cancer Research Fund (Instituto Americano de Pesquisa sobre o Câncer) descobriu que pessoas que consumiam carnes processadas tinham um risco 17% maior de desenvolver câncer colorretal.

E mais: segundo artigo publicado na revista científica Plos One, 4% de todas as mortes no mundo seriam causadas pelo consumo de carne vermelha ou processada.

Mas como as carnes processadas e a carne vermelha causam câncer?

Quando uma carne é processada, formam-se nela substâncias químicas nocivas e cancerígenas. Não importa se você optar por uma salsicha ou um presunto caro. É o processo, e não a qualidade, que aumenta o risco de câncer.

Com carne vermelha, a preocupação não é como a carne é processada (uma vez que normalmente não é), mas sim com relação às substâncias químicas naturais já presentes nas carnes, além de produtos químicos cancerígenos que surgem quando a carne é cozida.

Alguns pesquisadores acreditam que o cozimento em altas temperaturas pode criar compostos que contribuem para o risco carcinogênico da carne vermelha, mas ainda não há provas suficientes.

Também é importante observar que as carnes vermelhas não estão na mesma categoria das carnes processadas. Elas estão no Grupo 2A, o que significa que são “provavelmente” carcinogênicas.

Mas eu devo parar de comer carnes vermelhas e processadas?

O ideal é usar o bom senso. Evite carnes processadas pois elas contêm compostos químicos nocivos que podem aumentar o risco de doenças crônicas.

A Organização Mundial da Saúde classifica as carnes processadas como inequivocamente cancerígenas, ou seja, elas realmente podem causar câncer.

No caso das carnes vermelhas, você pode consumi-las com moderação, dando preferência para peças de alta qualidade, vindas de animais alimentados com capim. Ainda de acordo com a OMS, a carne vermelha é classificada como provavelmente cancerígena.

Lembrando que a carne vermelha é uma excelente fonte natural de proteína e ferro, além de conter ácido linoleico que é um coadjuvante no combate ao câncer.

Atenção também para o tamanho das porções. A American Heart Association recomenda de 28 a 85 gramas de proteína magra cozida por porção.

O ideal é completar seu prato com muitos vegetais e outros alimentos ricos em nutrientes e varie as fontes de proteína, incluindo peixes e aves. Assim sua alimentação fica muito mais saudável.

 

 

11 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Não ao PL dos agrotóxicos

SBOC corrobora posicionamento do INCA contra o projeto de lei 6.299/2002

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica pactua do posicionamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA) contrário ao PL 6.299/2002 no sentido de garantir que o atual marco legal dos agrotóxicos (Lei 7.802/1989) não seja alterado ou flexibilizado. O substitutivo que tramita na Câmara dos Deputados estabelece uma Política de Estado para Defensivos Fitossanitários e de Produtos de Controle Ambiental e reprova o uso do termo agrotóxicos por ser pejorativo. Além disso, propõe a criação da Comissão Técnica de Fitossanitários com dois membros do setor agrícola, dois da indústria de pesticidas, um do órgão federal de pesquisa agropecuária, um do Ministério da Agricultura, um do Ministério do Meio Ambiente e apenas um do Ministério da Saúde.

De acordo com o posicionamento do INCA, as modificações contidas no Projeto de Lei colocam em risco as populações – sejam elas de trabalhadores da agricultura, residentes em áreas rurais ou consumidores de água ou alimentos contaminados, pois acarretará na possível liberação de agrotóxicos responsáveis por causar doenças crônicas extremamente graves e que revelem características mutagênicas e carcinogênicas.

O Instituto Nacional do Câncer alerta que o PL estabelece um “limite permitido de exposição” aos agrotóxicos, que desconsidera questões como a periculosidade intrínseca dos agrotóxicos, o fato de não existir limites seguros de exposição a substâncias mutagênicas e carcinogênicas e o princípio da precaução.

Ainda segundo a avaliação do INCA, há estudos que evidenciaram os efeitos imunotóxicos, caracterizados por imunoestimulação ou imunossupressão, sendo este último fator favorável à diminuição na resistência a patógenos ou mesmo diminuição da imunovigilância com comprometimento do combate às células neoplásicas, levando a maior incidência de câncer e efeitos genotóxicos como fatores preditores para o câncer.

O INCA denuncia também que o PL determina a exclusão dos órgãos responsáveis por avaliar os impactos sobre a saúde e o meio ambiente (Anvisa e Ibama) da avaliação e do processo de registro dos agrotóxicos no Brasil, e sugere, no âmbito das doenças crônicas não transmissíveis e do câncer, que seja feita a ”análise de riscos” dos agrotóxicos ao invés  “identificação do perigo”

Chances de ser aprovado

O substitutivo foi aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados no fim de junho. Seu próximo passo seria votação em plenário. Contudo, por seu teor polêmico e pela proximidade do período eleitoral, as chances de que entre em pauta ainda neste ano são pequenas. Como o Projeto de Lei teve o texto original modificado e vários PLs  apensados  a ele, uma vez aprovado na Câmara,  teria que voltar ao Senado novamente.

Fonte: Revista Oncologia e Oncologistas – Ano 2 – Edição 7 – Jul/Set 2018

 

 

11 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Anabolizantes e câncer

Possível correlação reforça necessidade de políticas preventivas

Estudo conduzido pelos oncologistas Gustavo Fernandes e Rafael Correa e pela geneticista Cinthya Sternberg, membros da SBOC, analisou a correlação entre o uso indiscriminado e prolongado dos hormônios e anabolizantes e o desenvolvimento de hepatocarcinomas. Essa forma de câncer de fígado corresponde a 90% de todos os tumores originários no órgão e é responsável por cerca de 15% de todas as mortes por falência hepática no mundo.

O levantamento, feito a partir da análise de estudos clínicos, revisões de literatura e relatos de caso, traz indícios de que o desenvolvimento do subtipo da doença é mais comum em decorrência de abuso de anabolizantes por um tempo considerável (entre dois e sete anos), mas é amplificado pela questão da idade precoce. Dois terços das pessoas que acabam abusando dos esteroides anabolizantes começam a consumi-los a partir dos 16 anos.

“Sabíamos que o hepatocarcinoma pode ter como origem casos de hepatite B, alimentação inadequada e consumo de álcool. Ainda que não seja possível afirmar cientificamente que o abuso de anabolizantes possa resultar neste tipo de câncer, o levantamento mostra que é necessário desde já alertar a população, especialmente jovem, para este risco”, afirma o Dr. Gustavo Fernandes, diretor da SBOC para Relações Nacionais e Internacionais.

Além disso, uma pesquisa da SBOC sobre o comportamento dos brasileiros em relação ao câncer mostra que mais de 30% das pessoas de 18 a 29 anos não realizam qualquer exame preventivo contra a doença no Brasil. “O fato de os jovens começarem o uso de hormônios sintéticos tão cedo e o cuidado precário que eles dedicam à sua saúde criam uma situação de risco em que o diagnóstico do tumor supostamente advindo do abuso de esteroides pode ser tardio”, alerta a Dra. Cinthya.

A SBOC recomenda que o uso de anabolizantes e hormônios seja condicionado à prescrição e acompanhamento de especialistas, como um endocrinologista ou ginecologista. “Os efeitos dos esteroides  anabolizantes para a dependência psicológica , problemas cardiovasculares, elevação do colesterol, aumento da pressão arterial, perda óssea e impotência sexual já são bem conhecidos e documentados.Com nossa análise da literatura revelando uma possível ligação com o câncer de fígado, a implantação de políticas públicas que alertem  sobre os perigos  do uso incorreto e sem supervisão de esteroides anabolizantes se torna ainda mais importante”, afirma a Dra. Cinthya.

O trabalho foi publicado na Brazilian Journal of Oncology com o título “Exploring the link between  anabolic-androgenic steroids abuse for performance improvement  and  hepato-cellular carcinoma: a literatura review”. O acesso é livre pelo site da publicação: Brazilian Journal Of Oncology

Fonte: Revista Oncologia e Oncologistas – Ano 2 – Edição 7 – Jul/Set 2018

11 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Desafios do câncer raro

O “Fórum Oncoguia: A realidade do câncer no Brasil” reuniu especialistas e pacientes para discutir esse conjunto de doenças, que são numerosas e bastante diferentes entre si. Dentre os múltiplos desafios, destacam-se a dificuldade diagnóstica, o atraso para início o tratamento e a limitação das terapias disponíveis para indicações específicas.

A diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Cinthya Sternberg, explicou que a Sociedade contribui para a educação de oncologistas clínicos em cânceres raros e citou como exemplos o Programa de Especialização em Tumores Neuroendócrinos, lançado   neste ano, e o de Oncogenética para residentes, que já teve duas edições. “Pelo acordo de reciprocidade que temos com a sociedade europeia, a ESMO, nossos associados têm acesso também aos mesmos treinamentos que os europeus”, destacou.

Outro ponto ressaltado pela Dra. Cinthya Sternberg foi a necessidade de adequar os critérios para aprovação de medicamentos para cânceres raros, as chamadas drogas-órfãs. “Os estudos clínicos precisam de desenhos muito específicos porque não conseguem recrutar o mesmo número adotado para os tumores de alta prevalência e incidência”, explica.

60 aprovados pelo FDA e zero no SUS

Levantamento do site Metrópoles, de Brasília, mostra que 60 medicamentos para o tratamento de câncer foram aprovados pelo Food na Drug Administration  (FDA), a agência reguladora americana, entre 2013 e 2017, mas até hoje nenhum deles é oferecido aos pacientes oncológicos que dependem da saúde pública em nosso país. A reportagem revela também que, dos 60, mais da metade (32) receberam registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e somente cinco foram incorporados ao rol de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, editado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Sergio D. Simon, o maior obstáculo não está na aprovação pela Anvisa, mas em fazer chegar o medicamento aos pacientes. “O problema do SUS é o custo das drogas”, avalia. Uma solução, segundo o oncologista, pode ser remanejar recursos em saúde pública, com o abandono de tecnologias ultrapassadas e priorização de novas, mais eficazes.

Na saúde suplementar, a diminuição do prazo de atualização do rol da ANS, bem como a incorporação de drogas que seguem alheias ao documento, é uma das batalhas anuais da SBOC. A pressão é no sentido de que o tempo caia para até 90 dias após a canetada da agência sanitária.

60 novas substâncias ativas contra câncer aprovadas nos EUA entre 2013 e 2017.

  • As drogas tratam 24 tipos diferentes de câncer.
  • No Brasil 32 disponíveis no Brasil
  • 5 incorporadas pelos planos de saúde em 2018
  • No SUS  0

Fonte: Revista Oncologia e Oncologistas – Ano 2 – Edição 7 – Jul/Set 2018

10 de dezembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Como cuidar de um paciente com câncer?

Se você cuida de um paciente com câncer sabe como esta rotina pode ser desgastante. É preciso ser forte pelo paciente, por você e às vezes até para outros familiares que não conseguem lidar com a situação.

Mas para que você possa continuar ajudando o paciente, é preciso inserir na sua rotina cuidados com a própria saúde, momentos de lazer e até tirar um tempo para você mesmo.

Importante: não espere até chegar ao limite das suas forças para pedir ajuda! Dividir os cuidados com um parente ou amigo vai lhe ajudar a cuidar melhor do seu ente querido.

Mas além dos cuidados com você mesmo, existem outros, mais práticos que você precisa saber. Veja:

Cuidados práticos com o paciente

  • Lave sempre as mãos com água e sabão antes e depois de cuidar do paciente;
  • Antes de começar os cuidados, retire anéis e acessórios como pulseiras e relógios;
  • Evite que pessoas gripadas ou com outras doenças como viroses se aproximem muito do paciente;
  • Troque a roupa de cama regularmente;
  • Mantenha o quarto do paciente sempre limpo e arejado;
  • Mantenha o paciente sempre limpo, com banhos regulares e roupas limpas.

Minimize o risco de quedas

  • O trajeto que o paciente faz pela casa deve ser livre de tapetes;
  • Evite que ele ande de meias;
  • Mantenha os locais como corredores e banheiro sempre bem iluminados;
  • Afaste os móveis para facilitar a locomoção do paciente;
  • Evite usar cera ou outro produto que deixe o chão escorregadio;
  • Jamais deixe o paciente em casa desacompanhado;
  • Se ele quiser se movimentar, acompanhe-o durante o trajeto, sempre ao seu lado.

Qual a melhor forma de movimentar o paciente?

  • Se ele estiver na cama, primeiro vire-o de lado. Faça isso com o tronco e pernas, tudo de uma vez, para não causar problemas na coluna, porém vagarosamente;
  • Quando ele estiver nessa posição, abrace-o pelo tronco e depois levante-o;
  • Não puxe o paciente pelo braço ou perna. Lembre-se de que ele está debilitado e isso poderá machucá-lo;
  • Se ele quiser se sentar, opte por assentos mais altos, na altura dos joelhos.

O que fazer em caso de falta de apetite?

  • Sempre ofereça alimentos, porém não force a alimentação;
  • Procure diversificar o cardápio de acordo com suas necessidades;
  • Ofereça pequenas porções em pratos pequenos;
  • Converse com ele sobre a importância da alimentação e dos benefícios que ela traz;
  • Consulte um profissional capacitado para saber se orientar sobre a necessidade de complementos alimentares.

Promova atividades das quais ele gosta

  • Se ele gosta de ler, dê a ele um livro do seu autor preferido. Se ele não estiver em condições de ler, faça isso para ele;
  • Deixe que ele assista filmes, novelas ou outro programa de TV que ele goste, mas sempre com temáticas mais positivas;
  • Música é sempre bom e ajuda a relaxar e acalmar. Escolha, entre as que ele gosta, gêneros mais suaves;
  • Leve-o para pequenos passeios no jardim para que ele entre em contato com a natureza.

Essas são apenas algumas dicas práticas de como cuidar do paciente com câncer. Você pode aproveitar as consultas dele obter mais informações com a equipe médica. Eles poderão tirar suas dúvidas e ajudar você a cuidar melhor do seu ente querido.

16 de novembro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Touca Inglesa ajuda a evitar a queda de cabelos causada pela quimioterapia

A queda de cabelos é um dos efeitos colaterais da quimioterapia que mais assusta os pacientes que fazem tratamento contra o câncer. Isso porque os fios estão diretamente ligados a autoestima, principalmente das mulheres.

Mas graças aos avanços da medicina, este problema pode ser minimizado, em alguns casos, com o uso de uma touca térmica, tratamento ainda pouco conhecido no Brasil, mas que já é usado em 64 países. O sistema, criado no Reino Unido pela empresa Paxman, pioneira no mundo, é o único no Brasil com aprovação da FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), proporcionando segurança ao paciente e eficácia do tratamento de maneira cientificamente comprovada.

Funciona da seguinte forma: A touca inglesa é colocada cerca de 30 minutos antes e não pode ser retirada até uma hora e meia depois da infusão das drogas. O sistema especial resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura entre 18ºC e 22ºC, o que permite a menor absorção dos fármacos nessa região.

Para fazer o efeito necessário, o paciente deve permanecer com a touca durante a sessão de quimioterapia e ficar com ela entre 30 minutos a uma hora e meia após o procedimento.

Isso faz com que ocorra uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos ligados aos folículos capilares diminuindo a concentração do quimioterápico nessa região, o que não prejudica o tratamento dessa área, ou seja, pacientes com lesões na cabeça também podem usar o dispositivo.

Um estudo feito com 142 mulheres com câncer de mama revelou bons resultados:  elas foram divididas em dois grupos: um usou a touca durante o tratamento e o outro não.

No grupo em que as mulheres usaram a touca, 50% delas tiveram pouca ou nenhuma queda de cabelos, enquanto que no grupo que não usou o dispositivo, todas perderam os fios.

Estes resultados podem variar muito de acordo com o tipo de quimioterapia e das condições clínicas do paciente, mas está sendo muito bem aceito e até recomendado pela comunidade médica. Isso porque ele ajuda na aderência do tratamento pois reduz este efeito colateral indesejado.

Mas atenção! Apenas hospitais ou clínicas especializadas com profissionais capacitados podem oferecer este tratamento. Isso porque ele é contraindicado para pacientes com leucemia, linfoma, alergia no couro cabeludo entre outros casos.

Outra orientação que os pacientes recebem é que, ao chegar em casa, evitem puxar ou prender o cabelo para ajudar a preservar os fios.

Leia o depoimento da Maria José, paciente em tratamento de quimioterapia no Corp, sobre o uso da touca:

“Quando descobri que estava com Câncer de Mama, a primeira coisa que me preocupou muito foi com a ideia de perder meus cabelos. Por isso que, quando me apresentaram essa tecnologia, logo eu quis usar a touca.
A indicação foi de 12 sessões de quimio e já estou na 9ª sessão, sempre com o uso da touca. Me falaram sobre alguns desconfortos durante o uso e sempre sinto frio no começo do uso de cada sessão, mas depois é bem tolerável em relação ao benefício que a touca proporciona. Tenho queda dos fios, mas como todo mundo, por exemplo: Quando escovo com a escova especial caem uns 2 ou 3 fios e achei isso muito bom!” – Maria José de Paula Ronzella

Consulte o seu médico oncologista – Esse é um informativo do Corp – Centro de Oncologia Rio Preto.

 

30 de outubro de 2018 by Blog do Corp 0 Comments

Entenda o que é a imunoterapia e como ela ajuda no combate ao câncer

“Entre os maiores avanços da ciência no combate ao câncer está a imunoterapia que tem sido noticiada pela imprensa como um tratamento inovador e às vezes até milagroso.

Em parte, isso é verdade, pois o conhecimento médico avançou muito nessa área, principalmente em relação a maiores detalhes sobre o funcionamento da cascata celular, ativação celular e até mesmo novos remédios para doenças oncológicas, reumatológicas, intestinais e várias outras.

Mas antes de falarmos sobre o que é e como funciona a imunoterapia, é preciso entender a diferença entre um antígeno e imunógeno.

Um antígeno é uma substância que ativa o sistema de defesa do corpo. Um bom exemplo é quando um germe (parasita), como por exemplo o toxoplasma gondii (que causa a Toxoplasmose) penetra no nosso organismo.

Quando isso acontece, o corpo desenvolve resistência imunológica inicialmente da imunoglobulina IgM e posteriormente uma cicatriz sorológica com surgimento da imunoglobulina do tipo IgG.

Isso significa que nosso organismo já teve contato com este germe e já desenvolveu resistência da imunidade contra ele.

Já um imunógeno desencadeia uma cascata de resposta celular a partir da diferenciação de células-tronco hematopoética na medula óssea (sangue) que darão origem as células mieloides e linfoides, que são células do sangue com função de defesa no nosso corpo.

Aqui, um bom exemplo, é ativação dos linfócitos T que são células do sangue com função de defesa do nosso organismo.

Uma célula tumoral pode apresentar vários tipos de antígenos ao mesmo tempo ou até mesmo a função imunógena, por isto o entendimento da imunoterapia para o combate ao câncer é complexo.

A imunoterapia pode ter pelo menos cinco mecanismos de atuação:

  1. Diretamente no antígeno;
  2. Na morte da célula doente;
  3. Neutralizando a cascata de resposta celular;
  4. Estimulando a cascata de resposta celular;
  5. Aumentando a ação dos linfócitos T.

Existem vários tipos de imunoterapia. Alguns já são conhecidos há vários anos como: interferon, interleucina, vacina BCG, anticorpos como herceptin, mabthera e vários outros.

Vou comentar apenas sobre as doenças oncológicas.  Veja alguns exemplos disponíveis para uso em ser humano:

  • Herceptin – indicado para câncer de mama especificamente com resultado imuno-histoquímica com HER-2 positivo;
  • Mabthera – indicado para alguns linfomas não Hodgkin;
  • Ipilimumab – indicado para melanoma com metástase;
  • Nivolumab – indicado para melanoma e câncer de pulmão;
  • Pembrolizumab – indicado para câncer de pulmão preferencialmente com expressão do PDL-1, e ainda para alguns tumores gástricos e melanoma

Existem vários outros medicamentos já sendo utilizados no Brasil. O importante é entender que a imunoterapia não é para todos os tipos de câncer.

Às vezes é necessária a presença de um receptor (conector) presente na célula tumoral para que o medicamento consiga fazer efeito.

Geralmente o tratamento de imunoterapia é realizado através de soroterapia aplicada nas veias do paciente.

Outro tipo de imunoterapia é um tratamento personalizado para cada paciente no qual é colhido material do próprio tumor do paciente e produzido em laboratório uma vacina específica para o ele. Esta modalidade de tratamento ainda é experimental e não realizada no Brasil.

Em resumo, o tratamento de imunoterapia tem como objetivo ativar nosso sistema imunológico para combater as células cancerosas.

Para isso existem critérios muito bem estabelecidos para alguns tipos de tumores.

Ficamos felizes em saber que a biotecnologia tem avançado no conhecimento do funcionamento do nosso organismo permitindo a descoberta de novas armas contra o câncer”.

Referências bibliográficas:

1 – Manual de Oncology Harrisons – second edition – 2014

2 – Oncologia Molecular – Carlos Gil Ferreira – 2004

José Altino

Oncologia – CRM 73227

Possui graduação em Medicina pela Fundação Educacional Severino Sombra (1991) e mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (2012). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cancerologia, atuando principalmente nos seguintes temas: câncer de mama, pulmão, e outros tumores, sempre com atuação na Oncologia Clínica.