Trato Grastrointestinal Alto – ASCO
Olá, pessoal? Tudo bem?
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Aqueles que estão sempre nos acompanhando sabem que estamos sempre publicando alguns vídeos a respeito de rastreamento, diagnóstico precoce, mudanças de hábitos de vida, tudo para impactar positivamente na qualidade de vida e na menor intensidade do tratamento oncológico.
Mas como, desde sexta-feira, está acontecendo um evento chamado ASCO, que é um congresso americano, o principal congresso de oncologia clínica onde a gente se depara com as principais novidades e, às vezes, condutas que vão mudar o nosso posicionamento com relação ao tratamento, estamos trazendo esses vídeos sobre algumas novidades desse evento.
Hoje, eu trouxe algumas coisas a respeito do Trato Gastrointestinal. Todos sabem que a área de atuação que mais gosto (não é o Trato Gastrointestinal Baixo, não é o colo retal), então o que eu venho trazer para vocês é sobre o Trato Gastrointestinal Alto.
Neste ano, a vedete da vez foi o esôfago. Fazia tempo que a gente não tinha novidades em relação ao tratamento desse órgão e esse ano ficamos muito felizes com os novos resultados. Temos um trabalho onde mostra que o tratamento é com quimioterapia que começa antes da cirurgia, ou seja um tratamento perioperatório, a gente faz alguns ciclos de quimioterapia antes da cirurgia, depois da cirurgia e, depois, mais alguns ciclos pós a cirurgia, versus o tratamento que sempre foi o padrão, durante muitos anos, de quimio com radioterapia. Eles são equivalentes. Então vai depender do quadro clínico do paciente, da escolha do paciente, da escolha do seu médico, mas eles são equivalentes. No entanto, surgiu agora um novo tratamento. A gente sabe que existe a imunoterapia e ela apareceu para o câncer de esôfago. Então a gente traz a imunoterapia no cenário adjuvante, ou seja preventivo, com intenção de cura. Para poder o paciente ser elegível para imunoterapia, ele tem que ter realizado quimio com radioterapia anteriormente.
Então, provavelmente, o tratamento de melhor escolha, nos dias de hoje, vai ser o tratamento com quimio e radioterapia, seguido de cirurgia, seguido então de imunoterapia, na intenção de cura para esses pacientes. Esse tratamento ele teve uma redução de 26% do risco de morte relacionado ao câncer específico. Então foi super positivo e espero que, em breve, a gente consiga está colocando em prática. Também veio um estudo sobre quimioterapia associada à imunoterapia, ou apenas imunoterapia, uma combinação de duas drogas onde a gente vai utilizar no cenário agora metastático, um cenário onde a gente não tem cura, mas que trouxe dados bem empolgantes pra gente. Então, para pacientes muito sintomáticos, que estão na primeira linha de tratamento, que têm uma doença de câncer de esôfago recorrente, tratamento com quimio e imunoterapia. Para aqueles que não são tão sintomáticos, não têm tanto volume de doença, imunoterapia com duas drogas.
Vamos esperar agora as aprovações dos nossos órgãos reguladores, aqui no Brasil, para que a gente possa colocar em prática, o quanto antes, e trazer esses benefícios para os nossos pacientes.
Um abraço!