Informações importantes sobre a telemedicina
A telemedicina ainda é muito útil nos dias atuais, porém, não pode ser usada para todos os pacientes.
A telemedicina ainda é muito útil nos dias atuais, porém, não pode ser usada para todos os pacientes.
Qual a diferença da ventilação mecânica e do pulmão artificial? E por que eles são tão importantes para nós?
Eu sou Kelvin Anequini Santos, sou fisioterapeuta do Corp, Centro de Oncologia Rio Preto.
Atualmente, o covid-19 leva a consequências de insuficiência respiratória, infecções, pneumonias e até mesmo doenças crônicas.
Entendemos que a função do pulmão normal é a troca de gases, tirando o CO2 e colocando oxigênio na circulação sanguínea.
O paciente que tem a piora do quadro da insuficiência respiratória pode precisar de entubação. O que ajuda na ventilação mecânica é jogar o ar para pulmão, fazendo com que ele ganhe essa capacidade de fazer essa troca gasosa e diminuir o gasto energético do pulmão.
Se o paciente tiver uma piora do quadro, é colocado a ecmo, que é conhecida como o pulmão artificial. A ecmo vai fazer todo o trabalho do pulmão, fazendo com que, no paciente através de cateteres, saia o sangue, passando pela ecmo, que é essa máquina e, na ecmo, vai fazer essa troca gasosa do CO2 para o oxigênio, oxigenar o sangue e retornar para o paciente. Então a ecmo é o nosso pulmão artificial.
Qual é a diferença?
A ventilação mecânica vai auxiliar o pulmão e a ecmo vai fazer toda a função dele, dando tempo para o paciente ter o pulmão de volta, fazendo com que ele se recupere. Entendemos assim: ele ganha tempo para se recuperar, ganhar mais energia para voltar. É claro que isso leva um tempo.
Ficou interessado no assunto? Comente aqui embaixo e compartilhe.
Um grande abraço!
Olá! Sou José Altino, médico oncologista do Corp – Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar a respeito de vacina.
A primeira vacina descoberta no mundo foi em 1749, na Inglaterra: a vacina contra varíola. A partir de então, várias outras vacinas foram descobertas e são utilizadas até a presente data.
Na população adulta, atualmente, cinco são as doenças mais preocupantes. Entre elas: Sarampo, Febre Amarela, Hepatite B, Influenza (a vacina da gripe) e, mais recentemente, o Covid-19, Coronavírus.
Muito se fala de eficácia das vacinas. As vacinas da Hepatite B, Sarampo e Febre Amarela apresentam uma eficácia ao redor de 80 a 90%. Já a vacina da Influenza apresenta uma eficácia que pode variar de 40 a 90%. E a do Covid-19? Fica ao redor de 50 a 94, 95%.
A eficácia é a capacidade da vacina de evitar o desenvolvimento da doença, após a sua aplicação, ou então, quando a doença se manifeste, seja com quadro mais brando, com menor complicações. Então a eficácia significa: ausência total do desenvolvimento da doença ou a doença com complicações e manifestações mais suaves.
Foi aprovado para uso emergencial no Brasil, dia 17 de Janeiro de 2021, a vacina Coronavac. Ela foi investigada, no Brasil, com 12.607 voluntários, sendo que 6129 fizeram uso da vacina Coronavac e 6129, fizeram uso do placebo. Cabe ressaltar que nenhum paciente sabia se estava no grupo do placebo ou no grupo da vacina. Portanto, um estudo chamado de duplo-cego. Nem o paciente nem investigador, que no caso é o médico, tinha consciência do que estava sendo aplicado naquele voluntário.
Os voluntários foram os profissionais da área de saúde, pois existia uma urgência para análise dos dados. Os profissionais de saúde têm contato, mais frequentemente, com o vírus Covid-19 e, por isso, eram as pessoas ideais para participar do estudo. População adulta: de 18 a 60 anos (incluindo acima de 60 anos). Esse estudo começou em julho de 2020 e foi finalizado – a inclusão de pacientes – dia 18 de dezembro de 2020. Foi analisado e trabalhado em 16 centros (16 hospitais) dentro do Brasil.
De acordo com os dados desse estudo, foi permitida a liberação para a utilização emergencial da Coronavac no Brasil, pois apresentou uma eficácia global de 50,4% e, dentro desses 6129 pacientes que utilizaram a vacina, não ocorreu nenhum caso de covid-19 com necessidade de internação em UTI, ou seja, de ventilação mecânica. 78% dos casos de Covid-19 (Coronavírus) que se manifestaram no grupo dos pacientes que havia utilizado a vacina apresentaram quadros leves. Muitas das vezes, nem necessitando de internação, apenas de cuidados em casa. Portanto a vacina cumpriu a sua missão, ou seja, diminuiu o risco de complicações do covid-19 de maneira brilhante. Nenhum caso com manifestação grave e 78% com manifestações brandas.
A Coronavac não apresenta licença definitiva em nenhum país, mas já está sendo usada na China, na Turquia e na Indonésia, em uso emergencial.
Por que existe diferenças de eficácia entre as vacinas do Covid-19? Provavelmente por conta que uma trabalha com vírus atenuado (inativado), enquanto outras duas com RNA vírus e as duas outras – que é a de Oxford e a russa –, trabalham com vetor viral. Provavelmente a diferença de eficácia se deva a esse fator.
O que devemos levar em consideração ainda é a condição de armazenamento dessas vacinas, pois a vacina Coronavac – a chinesa – pode ser armazenada em temperaturas ao redor de 5 graus bem como a de Oxford. Isso facilita o transporte e o acondicionamento dessas vacinas nos postos de saúde, sem influenciar na qualidade e na viabilidade da vacina. Já a vacina da Moderna e a Sputnik necessitam de armazenamento com temperaturas a menos de 18 e 25 graus. A vacina da Pfizer necessita de uma temperatura a menos de 70 graus para o seu armazenamento. Isso é importante por que? Porque se a vacina não for armazenada na temperatura ideal, ela perde a sua eficácia. Então, a gente estaria recebendo uma medicação (uma vacina) já sem eficácia alguma, pela falta de condição adequada de armazenamento.
E os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais do Trabalho em voluntários do a Coronavac foram extremamente baixos. Complicações graves? Nenhuma: zero! Complicações de grau 1 ou grau 2, ou seja, complicações de baixa complexidade? Ao redor de 10%. A principal complicação da vacina? Dor no local da aplicação. É sabido que todas as vacinas apresentam como efeito colateral febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga – são sintomas extremamente comuns em qualquer tipo de vacinação. E isso aconteceu ao redor de 50,8% dos pacientes dessa pesquisa. Portanto é uma vacina extremamente segura. E aí existem alguns grupos que advogam que a vacina tem risco de morte e isso é infrequente.
Contra indicação para o uso da vacina Coronavac:
Pacientes que já tenham apresentado reação anafilática com outras vacinas previamente, ou paciente que seja alérgico ao polietileno glicol (que é um componente químico presente em alguns laxantes) e o polissorbato (que é um componente químico emoliente utilizado em alguns produtos cosméticos). Portanto a contra indicação para aplicação da Coronavac é muito baixa! Apenas essas três situações, em que pacientes já apresentaram reação anafilática a outras vacinas ou que têm alergia a um desses componentes (o polietileno glicol e polissorbato). De uma maneira geral, os efeitos colaterais são ao redor de 5 a 10%, enquanto os sintomas de febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga (cansaço) podem ocorrer ao redor de 50% dos pacientes, podendo perdurar até sete dias. Mas são efeitos totalmente pertinentes e comuns para qualquer tipo de vacinação.
Os pacientes oncológicos vão poder fazer o uso da vacina Coronavac? Sim.
Os pacientes oncológicos, mesmo em tratamento quimioterápico, podem utilizar a vacina Coronavac. Esse conhecimento se faz a partir do fato de que outras vacinas já são utilizadas, entre elas, a influenza, e sem risco algum para o paciente em quimioterapia. Porém, é sabido que existe uma diminuição da eficácia, uma diminuição da produção de anticorpos, nos pacientes em quimioterapia porque a imunidade costuma estar mais baixa. Sendo assim, os pacientes oncológicos, em quimio ou que não estejam em quimioterapia, estão liberados para fazer a aplicação da Coronavac.
Para maiores informações visite o nosso site.
Olá, sou José Altino, médico oncologista do Centro de Oncologia de Rio Preto e hoje vou falar sobre o tratamento de imunoterapia nos pacientes com câncer e as alterações imunológicas decorrentes da infecção do COVID-19.
Atualmente, vários tipos de tumores são tratados com imunoterapia.
Entre eles: melanoma maligno, tumor de pulmão, tumor de rim, tumor de estômago, cabeça e pescoço, fígado, dentre outros. O tratamento de imunoterapia ativa o nosso sistema imunológico para que as nossas células de defesa possam reconhecer as células tumorais e estas células de defesas vão combater as células tumorais, portanto, fazer a ativação do sistema imunológico de uma maneira benéfica e a grande vantagem da imunoterapia é que a redução tumoral, geralmente, apresenta uma durabilidade maior, ou seja, um mecanismo de memória, portanto, é uma durabilidade maior e os efeitos colaterais, geralmente, menores do que uma quimioterapia convencional. Como, por exemplo, queda de cabelo, vômitos, alterações do paladar, não que a imunoterapia não tenha efeito colateral, mas comparado com quimioterapia convencional são extremamente menores as complicações.
Vou passar um vídeo mostrando o mecanismo de ação da imunoterapia:
Atualmente, a imunoterapia representa uma revolução do tratamento do câncer.
Ela é uma opção de tratamento que induz o combate das células cancerígenas pelo sistema imunológico do próprio organismo. Nosso organismo é capaz de reconhecer o tumor como um corpo estranho desde a sua origem só que, com passar do tempo, esse tumor passa a se disfarçar para o nosso sistema imunológico aproveitando para se desenvolver.
A imunoterapia busca reativar essa resposta imunológica contra o agente agressor. Por meio do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações provocam o aumento da resposta imune estimulando a atuação dos linfáticos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho, atacando-o.
Neste vídeo, as células de defesa, conhecidas como linfócitos, são ativadas para combater as células tumorais, como já foi dito. Em contrapartida, já na infecção pelo Coronavírus, há, também, uma estimulação do sistema imunológico para a produção de citocinas, que são glicoproteínas, ou seja, substâncias que podem apresentar uma ação pró-inflamatória ou uma ação inibitória da inflamação.
Então, essa citocina pode ter um efeito estimulador ou inibidor da inflamação. Assim, começamos a entender porque algumas pessoas apresentam uma evolução do COVID-19 praticamente assintomática, provavelmente, por um predomínio da liberação de citocinas anti-inflamatórias, ou seja, inibitórias e outras pessoas apresentam a liberação de citocinas com estímulo para a inflamação e portanto apresentar um quadro de inflamação grave, principalmente, no pulmão sendo necessária a internação na UTI para um suporte médico mais avançado. Porém, não sabemos como vai ser a nossa reação, ou seja, do nosso organismo perante a infecção do COVID-19. Pode haver um predomínio das citocinas inflamatórias estimulando o sistema inflamatório de uma maneira significante ou, então, o predomínio de citocinas inibitórias. Para isso, vou mostrar um vídeo para maior entendimento.
O que são citocinas? Resumindo de grosso modo, são pequenas proteínas que estão liberadas por diversas células do nosso organismo, sendo que essa liberação só ocorre por meio de uma resposta de algum estímulo celular externo, ou seja, é necessário ter acontecido alguma coisa para que a liberação seja feita. Elas são proteínas de comunicação celular que afetam o comportamento das células provocando alguma ação. Podem não ser a produção de moléculas biologicamente ativas ou outras citocinas. As citocinas estão diretamente relacionadas ao processo de inflamação podendo ser pró-inflamatórios ou regulando negativamente a inflamação. Elas têm o poder de fazer regulações imunológicas e mudar perfis de ações celulares promovendo imunomodulação dependendo da situação. Muitas das células do sistema imune participam da tempestade de citocinas, mas temos que dar destaque aos macrófagos, aos neutrófilos, às células dendríticas e, também, aos linfócitos NK, porque elas têm papéis importantíssimos na construção da tempestade de citocinas.
Está vendo esse Th’s? Esses são perfis de citocinas. São configurações que as células do nosso sistema imune seguem. Provocam ações específicas e facilitam o trabalho do sistema todo para que o organismo consiga retornar à homeostase de uma forma mais eficaz e voltar ao estágio original de como nosso organismo estava. Cada citocina se enquadra em um perfil ou vários ao mesmo tempo, dependendo da sua função.
No vídeo, podemos observar que, realmente, existem citocinas como Th2, Th9 que se relacionam com a defesa do nosso organismo contra, inclusive, os helmintos.
O que são helmintos? São os vermes.
Por isso, que existe um fundo de verdade, uma premissa científica que a Ivermectina possa trazer benefício no controle do COVID-19 porque pode realmente modular o sistema e a liberação de citocinas.
Em resumo, o sistema imunológico do nosso organismo é extremamente importante com uma capacidade de nos salvar. Porém, também, com uma capacidade de nos causar complicações graves com risco de morte. Não temos o controle absoluto do nosso sistema imunológico e, portanto, não tem como prever como vai ser a liberação dessas citocinas perante o COVID-19. Então, sendo assim, não existindo uma maneira de predizer qual é o predomínio das citocinas, o que devemos fazer é evitar aglomeração social, manter o máximo de higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel e a utilização de máscaras. Tudo isso é fundamental para prevenção do COVID-19.
Esse vídeo mostra muito bem que o nosso sistema imunológico pode agir controlando câncer, controlando diversas infecções, mas, também pode exacerbar complicações inflamatórias importantes.
Vídeos: Grupo Oncoclínicas e canal do Youtube Immunity Factory
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Olá, pessoal! Tudo bem? Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica no Centro de Oncologia de Rio Preto e estou gravando esse vídeo hoje para a gente falar um pouquinho sobre drogas orais em oncologia clínica.
Algumas pessoas já devem estar se perguntando: Por que drogas orais e não quimioterapia oral? Primeiro, porque nem tudo que disponibilizamos na forma oral em oncologia clínica, ou seja, no tratamento do câncer, são quimioterápicos.
Nós temos, basicamente, 3 classes de drogas orais:
Nós temos aquelas que são chamadas de drogas alvos moleculares onde, através de uma avaliação mais minuciosa além do anatomopatológico, conseguimos detectar algumas moléculas onde já temos medicamentos que atuam bloqueando essas moléculas presentes em algumas células tumorais e alguns determinados tipos de câncer. Isso é muito comum no câncer de pulmão, por exemplo.
Temos também os quimioterápicos orais propriamente ditos que são quimioterápicos que funcionam na multiplicação celular, ou seja, quando a célula está se multiplicando, ele tem a sua ação assim como as drogas endovenosas.
Temos os bloqueios hormonais onde em determinadas patologias, principalmente no câncer de mama, visualizamos através da imuno-histoquímica que existe a presença de receptores hormonais, receptores de estrogênio ou progesterona onde a gente tem medicamentos que vão bloquear essa via de estímulo de crescimento na célula tumoral.
Então, infelizmente, apesar de estarmos vivendo esse momento de pandemia de COVID onde muitas pessoas gostariam de estar fazendo tratamento oral para evitar estar saindo de casa e se submetendo a um tratamento endovenoso e nós priorizamos isso, mas, infelizmente, nem todo mundo consegue ter esse benefício.
A melhor pessoa para estar conversando com você e estar orientando com relação a essa possibilidade e disponibilidade é o seu médico oncologista clínico. Portanto, em qualquer dúvida que tenha, você deve procurar o seu médico com quem faz o tratamento do câncer que ele, com certeza, vai conseguir orientar e te explicar todas as possibilidades de substituição de protocolo.
Bem, o vídeo hoje era curtinho. Temos alguns vídeos explicativos nas redes sociais.
Qualquer dúvida, estamos à disposição.
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Dra. Valeska C. do Carmo – CRM 110459
Olá, sou Natalia Kodama, Nutricionista do Centro de Oncologia de Rio Preto e hoje vim falar sobre mitos e verdades sobre a alimentação e a imunidade, nesse período em que estamos vivendo.
A preocupação com a imunidade está mais em alta do que nunca e com isso muitas receitas ou muitos alimentos milagrosos aparecem como solução. Ainda não temos evidências substanciais de quais alimentos ou nutrientes possam atuar prevenindo ou tratando o COVID-19, por se tratar de um vírus novo.
O que sabemos é que uma alimentação rica em micronutrientes e compostos bioativos possui forte atividade na prevenção de doenças e quando consumidos regularmente, podem condicionar um sistema imunológico mais eficiente.
Então alimentos como alho, que possui alicina; laranja, que possui naringenina; gengibre, que possui shogaol e gingerol; açafrão da terra que possui curcumina; brócolis e couve, que possuem suforafanos. São alimentos que possuem compostos bioativos que podem sim contribuir com a sua imunidade. Assim como a Vitamina C, presente nas laranjas, limões, acerola, goiaba; a Vitamina D, presente na gema do ovo, no leite, ativados pelo sol; o Selênio da castanha do Brasil; o zinco das sementes e castanhas. Fora o complexo B e as fibras presentes em uma série de vegetais e frutas.
A alimentação saudável depende de uma diversidade alimentar e não de super alimentos isolados e deve ser adequada individualmente.
Além disso, não só com a alimentação, mas uma boa imunidade é construída com hidratação adequada, qualidade de sono, atividade física e modulação de estresse.
Por fim, queria reforçar que é importante ter a consciência de que tais hábitos não nos tiram a responsabilidade de adotar medidas preventivas e recomendadas.
Espero ter contribuído com um pouquinho mais de informação e até uma próxima!
Olá. Sou José Altino, médico oncologista do CORP – Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vou falar sobre a importância dos exames de rastreamento, ou seja, exames preventivos de check-up durante este período da pandemia do COVID-19.
Devemos traçar uma linha do tempo: se essa pergunta me fosse feita na primeira quinzena do mês de março, minha resposta seria “Vamos aguardar o término da pandemia”.
Porém, já estamos no final do mês 6, mês de junho e ainda não temos uma previsão concreta do término da pandemia do COVID-19 e obviamente não podemos ficar aguardando para fazer os nossos exames preventivos sem essa previsão.
E também não podemos nos basear nos sintomas ou seja tosse, enjoo, vômitos, sangramento intestinal ou sangramento vaginal ou mesmo alteração no exame físico das mamas para, então realizar os exames, pois sabemos que vários tumores são totalmente silenciosos e quando se manifestam já se manifestam em fase avançada da doença e com menor índice de curabilidade.
Baseado nisso, fazemos duas reflexões, ou seja: como ficará o cenário no Brasil ou em qualquer outro país para a realização de exames de check-up como colonoscopia, endoscopia, ultrassom, mamografia ao término da pandemia do COVID-19?
Sabemos que teremos dificuldade no agendamento, sendo assim, boa prática é o agendamento desses exames com maneira distanciada para evitar aglomeração, utilização de máscaras de proteção, higienização das mãos rigorosamente são extremamente indicados e deve-se realizar prioritariamente os exames preventivos que indivíduos com história familiar positiva, indivíduos com hábito de vida que aumentam o risco de câncer entre eles: tabagismo, sedentarismo, obesidade e outros. Pessoas que já apresentam alguns sintomas como sangramento vaginal, sangramento intestinal, tosse persistente ou dor sem uma causa óbvia e pessoas com baixo risco de complicação do COVID-19. E quais são essas pessoas? São pessoas abaixo de 60 anos, pessoas sem diabetes, sem cardiopatia, ou seja, pessoas relativamente saudáveis.
Esta opinião não é uma opinião pessoal, pois já existe um estudo que comparou o número de casos novos de câncer no primeiro semestre do ano de 2019 comparado com o número de casos novos do primeiro semestre do ano de 2020 e foi identificado uma subnotificação de casos novos de câncer. Portanto, esses casos continuam existindo, porém, não estão sendo feitos os diagnósticos.
Dr. José Altino – CRM 73227
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Olá! Sou José Altino ( CRM 73227 ), médico oncologista do Corp, Centro de Oncologia de Rio Preto.
Nossa conversa hoje será sobre pontos cruciais no tratamento dos pacientes oncológicos nesta época de surto do COVID-19.
Inicialmente, o que mudou no tratamento?
Devemos separar tratamento oncológico em cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou tratamento alvo-molecular.
As cirurgias, de uma maneira geral, deverão ser postergadas atualmente pois os serviços hospitalares já estão sobrecarregados com falta de medicamentos, falta de leito de UTI e até mesmo por conta do risco maior de infecção neste período de surto do COVID-19.
Já a quimioterapia citotóxica, ou seja, a quimioterapia convencional apresenta como efeito colateral principal a queda da imunidade. Ou seja, a diminuição da resistência para diversas infecções, entre elas, o COVID-19. Se a quimioterapia é fundamental para o controle tumoral ou mesmo com a intenção curativa, deverá ser mantida pois é uma maneira de postergar intervenções cirúrgicas e com isso é mais seguro manter a quimioterapia convencional do que seguir num procedimento cirúrgico.
O fato é que existe, no momento, algumas estratégias, como: o uso de fator de crescimento de colônias; medicamento este que estimula a produção da defesa orgânica do paciente minimizando o risco de infecção e ainda suplementos alimentares específicos que acabam por estimular a defesa orgânica do paciente e diminuindo o risco de infecção.
O médico oncologista, sempre que possível, deverá fazer a opção por medicamento via oral para evitar o deslocamento do paciente da sua residência para o hospital ou centro infusional, centro de quimioterapia.
Com o tratamento via oral ou o tratamento hormonal pode também permitir um bom controle tumoral para alguns tipos de tumores. O melhor exemplo entre eles é o tumor de mama e de útero que apresentam dados científicos de segurança e eficácia neste tipo de abordagem. Neste momento, na conversa cabem algumas ressalvas. Como citei, devemos ter estudos científicos que evidenciam segurança e eficácia para o tipo de tumor em tratamento e não esquecer a compreensão e adesão do paciente ao tratamento via oral, pois, infelizmente, ainda existem pacientes que menosprezam a importância do comprimido na sua vida.
Não podemos deixar de falar ainda do acesso ao medicamento via oral, pois existem medicamentos oncológicos com aprovação de bula, registro na ANVISA, que o Órgão Regulamentador do tratamento dentro do Brasil. No entanto, ainda este medicamento em via oral deverá estar dentro do hall da ANS, lista de medicamentos autorizados e liberados pelos convênios e caso o medicamento seja fornecido pelo SUS – Sistema Único de Saúde, temos a preocupação com a ingesta do medicamento no horário certo e a manutenção do fornecimento deste medicamento via oral. Portanto, o tratamento via oral não é para todos os tipos de tumores e nem para todos os pacientes.
Em resumo, sendo possível o tratamento via oral, melhor. E sempre prolongando o tratamento hormonal quimioterápico, imunoterápico e mesmo tratamento molecular para adiarmos os procedimentos cirúrgicos. Restringir, ainda, os possíveis exames radiológicos endoscópicos nos pacientes em tratamento oncológicos para minimizar a exposição ao COVID-19.
Foi liberado um novo estudo publicado pelo International Journal of Infectious Diseases, com uma análise de 28 mulheres grávidas e 54 não gestantes, internadas com COVID-19 confirmada, entre 15 de janeiro e 15 de março, no Hospital Central de Wuhan, na China.
Caso queira, pode acessar diretamente a publicação por este link: https://www.ijidonline.com/article/S1201-9712(20)30280-0/fulltext
O estudo foca no comportamento do novo coronavirus em gestantes, já que é sabido que durante a gravidez há uma adaptação imunológica especial.
Leia na íntegra:
Coronavirus disease 2019 in pregnancy
Qiancheng X, Jian S, Lingling P, Lei H, Xiaogan J, Weihua L, Gang Y, Shirong L, Zhen W, GuoPing X, Lei Z; sixth batch of Anhui medical team aiding Wuhan for COVID-19.
As mulheres grávidas desenvolvem uma adaptação imunológica especial, necessária para manter a tolerância ao feto, modulado pela supressão da atividade das células T, predispondo-as a infecções virais. Durante a pandemia de influenza H1N1 de 2009 e na epidemia por síndrome respiratória aguda grave (SARS), observou-se que as gestantes tinham maior chance de desenvolver pneumonia grave, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), necessidade de ventilação mecânica e óbito, em comparação com mulheres não gestantes em idade reprodutiva.
No presente estudo, desenvolvido no Hospital Central de Wuhan, China, foram revisados os registros médicos de mulheres grávidas e mulheres não gestantes em idade reprodutiva (considerado entre 18 e 41 anos), internadas com COVID-19 confirmada, entre 15 de janeiro a 15 de março de 2020. O objetivo era comparar a evolução nos dois grupos e transmissão do SARS-CoV-2 para o feto.
Os desfechos de interesse incluíram gravidade da COVID-19, período de hospitalização, tempo para a eliminação viral e potencial de transmissão vertical.
Foram incluídas 28 mulheres grávidas e 54 mulheres não gestantes em idade reprodutiva. Não havia diferença significante entre os dois grupos, em relação à idade (p = 0,097) e presença de comorbidades (p = 0,062). As mulheres grávidas tiveram um período mediano mais curto desde o início da doença até a admissão, em comparação com as mulheres não grávidas (p < 0,001), o que pode ser explicado pelo tempo de espera para os testes serem menores para pacientes prioritários.
As principais queixas na admissão foram pouco diferentes, com febre e tosse sendo mais frequentes no grupo não gestante, enquanto dor abdominal foi relatada apenas entre as gestantes.
Duas (7,1%) pacientes do grupo gestante apresentaram COVID-19 leve, mas maioria dos pacientes foi classificada como pneumonia moderada (24, 85,7% vs. 53, 98,1%). Apenas duas (7,1%) pacientes no grupo gestante e uma (1,9%) no grupo não gestante foram classificadas como pneumonia grave. Nenhum óbito foi relatado nos dois grupos.
A regressão univariada demonstrou não haver associações significativas entre gravidez e tempo de eliminação viral (HR 1,16, IC 95% 0,65-2,01; p = 0,62), tempo de hospitalização (HR 1,10, IC 95% 0,66-1,84; p = 0,71) e gravidade de doença (OR 0,73, IC 95% 0,08–5,15; p = 0,76).
A idade gestacional mediana na admissão foi de 38 semanas (IQR, 36,5-39), com três (10,7%) no primeiro trimestre, um (3,6%) no segundo trimestre e 24 (85,7%) no terceiro trimestre. As gestantes no primeiro e segundo trimestre decidiram por si próprias pela interrupção da gravidez. Duas gestantes no início do terceiro trimestre continuaram a gravidez (30 e 33 semanas gestacionais, respectivamente) no momento da escrita do artigo, enquanto as outras (22, 78,6%) tiveram 23 nascidos vivos (incluindo dois gêmeos) por cesariana (17, 60,7%) ou parto vaginal (5, 17,9%). Uma paciente teve parto prematuro com 35 semanas gestacionais, mas teve um recém-nascido saudável pesando 2940 g. Apenas um dos gêmeos nascidos tinha peso de nascimento inferior a 2500 g (2350 g). O peso mediano dos recém-nascidos foi de 3130 g (IQR, 2915-3390). Não se verificou morte fetal, morte neonatal ou asfixia neonatal. Todos os neonatos tiveram pelo menos dois testes negativos para SARS-CoV-2 por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR), com intervalo de 24 a 48 horas, sem qualquer resultado positivo; portanto, nenhum neonato foi infectado.
Pelos achados do presente estudo, as mulheres grávidas tiveram evolução semelhante à mulheres não grávidas em idade reprodutiva infectadas com SARS-CoV-2. Também não se evidenciou transmissão vertical, mas os pesquisadores alertaram que as gestantes avaliadas foram infectadas no final da gravidez, impossibilitando analisar o potencial de transmissão do vírus nos primeiros trimestres.
Referências:
*As opiniões da publicação são de seus autores e não expressam necessariamente a opinião ou as recomendações do CORP.