Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Venho trazer para vocês, através deste vídeo, algumas notícias sobre a ASCO.
Vou fazer uma breve introdução para que vocês consigam entender um pouco:
Do câncer de mama, nós temos 23 tipos de tumores que a gente classifica. Temos os luminais, temos os triplo negativos e temos os Her2.
Hoje, foram apresentados alguns trabalhos, alguns já conhecidos e outros mais novos, que ainda precisam de algum tempo para a gente poder avaliar realmente a eficácia dessas novas drogas. Mas o que eu acho que foi muito importante foi a tendência que já vem, há algum tempo, existindo na oncologia, que é deixar a quimioterapia sempre para depois. Sempre que possível tentar algum outro tipo de tratamento. Nós temos a imunoterapia e temos também os bloqueios hormonais.
Com relação aos luminais, recentemente, tivemos a aprovação no rol da ANS dos inibidores de ciclina, onde a gente consegue potencializar a resposta com um bloqueio hormonal. Foram apresentados três trabalhos, dois já conhecidos apenas com algumas atualizações e um outro mais novo, um estudo chinês, mas também com uma molécula inibidor de ciclina. Todos mostrando realmente o grande benefício e a grande tendência a deixar para os pacientes, com tumor de mama luminal, a quimioterapia o mais tardiamente possível. E algumas outras moléculas vêm sendo estudadas, já planejando a utilização após esses inibidores de ciclina. Então, cada vez mais, a quimioterapia, que tem grande toxicidade, está ficando para depois.
Com relação aos triplo-negativos, não tivemos muitas novidades. Está se estudando muito a imunoterapia, mas a gente ainda precisa de dados para poder selecionar melhor o paciente que vai ter realmente benefício com essa imunoterapia.
Com relação aos pacientes Her2, nós temos os bloqueios anti-Her2, que já estão na nossa rotina há alguns anos e isso permanece. Mas o que vem aí de novidade é que a gente sempre associava esses bloqueios anti-Her2 com quimioterapia e a tendência aos pacientes que têm a molécula Her2, que são classificados como Her2, mas que têm também receptores hormonais positivos, esses pacientes também podem se beneficiar de um bloqueio hormonal associado ao bloqueio do Her2. Foi algo positivo para o cenário do Câncer de mama metastático.
Vamos torcer para que venham aí mais novidades e que a gente consiga, cada vez mais, trazer mais qualidade de vida para os nossos pacientes. Por hoje é só e voltaremos a gravar outros vídeos com mais alguns assuntos relacionados à ASCO.
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Desde sexta-feira, está acontecendo um evento chamado ASCO, que é o maior evento de atualização em Oncologia Clínica, um evento americano mundial. Pelo segundo ano consecutivo, estamos fazendo apenas a distância, sem ter nada presencial devido à pandemia. E hoje é o dia que tem as maiores novidades, chamado de Sessão Plenária.
Nessa sessão plenária são apresentados alguns trabalhos com potenciais de mudança de conduta. Então eu separei alguns para estar comentando com vocês. É claro que, em alguns, vamos ter algumas dificuldades para estar aplicando, por falta de acesso. Para outros, a gente vai precisar ainda de é autorização da Anvisa. E alguns outros são apenas promessas, mas boas promessas, são trabalhos com potenciais positivos mas que precisam ainda de um tempo mais longo para realmente observar o benefício.
Então vou comentar aqui, rapidamente, sobre alguns estudos.
O primeiro é o OLÍMPIA. Esse estudo avaliou o nicho bem pequeno de pacientes, mas são aquelas pacientes de alto risco, alto risco de câncer de mama, her2 negativo, podendo ser receptor hormonal positivo ou triplo negativo, com mutação do brca1 e brca2. Então o que foi avaliado é que essas pacientes, quando têm alguns critérios e tendo realizado quimioterapia pré-operatória ou tendo realizado quimioterapia pós-operatória – mas com alguns critérios: não são todas as pacientes –, e tendo a mutação do brca1 e brca2, elas teriam um benefício do uso de um inibidor de PARP. O que seria esse inibidor de PARP? Quando a gente tem a mutação do brca1 e brca2, a gente tem uma falha. A gente tem um material genético que está sempre sendo multiplicado nas nossas células e, nessas multiplicações, existem algumas falhas. O gene brca1 e brca2 são corretores, vamos falar assim: eles conseguem corrigir algumas alterações no material genético e, quando as pacientes têm essa mutação, elas perdem essa função. Então o material genético fica defeituoso, onde existe uma replicação anormal e a formação de um tumor, o câncer. Então o inibidor de PARP vai provocar a morte dessas células que têm essa alteração do material genético. Então esse medicamento já vem sendo estudado e já está sendo aprovado em algumas situações e, agora, a gente vem com ele no cenário adjuvante para o câncer de mama de alto risco. Então eu achei positivo. É claro que vamos precisar ainda de aprovações, pois é um medicamento oral, mas é algo bem promissor.
Um outro trabalho foi o trabalho JÚPITER-02. Nesse trabalho, foram analisados os pacientes com carcinoma de nasofaringe, que não é tão comum, mas existe, no cenário recorrente ou metastático. A gente utilizava sempre quimioterapia, seis ciclos de quimioterapia, e observava. Na prática clínica, alguns centros e alguns médicos faziam uma quimioterapia de manutenção, mas a gente não sabe até onde essa quimioterapia de manutenção realmente trazia algum benefício. Agora, a gente tem esse trabalho onde a gente ainda tem o dado de sobrevida global ainda imaturo, mas veio com a promessa boa. Pacientes vão estar utilizando quimioterapia associada a uma droga que é o Anti PD-L1, seguido de manutenção com Anti PD-L1, que tem baixa toxicidade. Nesse trabalho foi mostrado que tem 40% de redução de risco de morte específica pelo câncer de nasofaringe. Então é algo promissor, algo que a gente ainda não consegue utilizar na prática clínica, mas eu acredito que em algum momento, em breve, a gente vai ter dados bem positivos aqui, que a gente vai conseguir estar utilizando.
Teve um outro estudo OUTBACK, que é sobre câncer de colo de útero – que foi negativo – para um tratamento pós quimio com radioterapia para você estar utilizando quimioterapia. Infelizmente, foi negativo.
Um outro estudo para câncer de próstata, onde a gente tem limitações aqui na nossa região. O paciente precisa – o nome do estudo é VISION – estar se submetendo ao PET PSMA, aqueles pacientes que apresentam positividade no exame e tendo já realizado uma linha de quimioterapia e uma linha de um bloqueio hormonal dessas novas linhas de bloqueios hormonais, são elegíveis para estar usando uma terapia convencional, que aí ficava a critério de cada médico, junto com lutécio, que é o medicamento em que é utilizado a molécula da Medicina Nuclear. Então um estudo que teve um baixo impacto, um ganho muito pequeno, mas que foi positivo, mas que a gente vai ter dificuldades aqui na nossa região, devido a esse cenário de ausência do PET PSMA e dificuldade para utilização também do lutécio para medicina nuclear.
Um outro estudo foi o KEYNOTE-564 que me deixou muito animada. A gente não tinha nenhum trabalho mostrando o benefício na “adjuvância” (terapia adjuvante) para o carcinoma renal, após operado e, nesse trabalho, mostrou que o uso da imunoterapia, durante um ano, pode trazer benefício para esses pacientes. Uma baixa toxicidade, então eu acredito que isso aqui deva estar caminhando para aprovação pela Anvisa, mas a gente vai precisar esperar essa aprovação para poder estar utilizando. Mas os dados ainda são recentes, ainda é necessário um longo estudo, um longo tempo de avaliação, mas como a gente não tem nada e é algo que traz baixa toxicidade para o paciente, eu acho que é algo a ser pensado. Então hoje as novidades foram essas. Em breve, estaremos publicando, aqui, em novos vídeos com mais novidades do ASCO e qualquer dúvida que tenham podem nos questionar nas redes sociais. Era só isso. Obrigada!
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto.
Aqueles que estão sempre nos acompanhando sabem que estamos sempre publicando alguns vídeos a respeito de rastreamento, diagnóstico precoce, mudanças de hábitos de vida, tudo para impactar positivamente na qualidade de vida e na menor intensidade do tratamento oncológico.
Mas como, desde sexta-feira, está acontecendo um evento chamado ASCO, que é um congresso americano, o principal congresso de oncologia clínica onde a gente se depara com as principais novidades e, às vezes, condutas que vão mudar o nosso posicionamento com relação ao tratamento, estamos trazendo esses vídeos sobre algumas novidades desse evento.
Hoje, eu trouxe algumas coisas a respeito do Trato Gastrointestinal. Todos sabem que a área de atuação que mais gosto (não é o Trato Gastrointestinal Baixo, não é o colo retal), então o que eu venho trazer para vocês é sobre o Trato Gastrointestinal Alto.
Neste ano, a vedete da vez foi o esôfago. Fazia tempo que a gente não tinha novidades em relação ao tratamento desse órgão e esse ano ficamos muito felizes com os novos resultados. Temos um trabalho onde mostra que o tratamento é com quimioterapia que começa antes da cirurgia, ou seja um tratamento perioperatório, a gente faz alguns ciclos de quimioterapia antes da cirurgia, depois da cirurgia e, depois, mais alguns ciclos pós a cirurgia, versus o tratamento que sempre foi o padrão, durante muitos anos, de quimio com radioterapia. Eles são equivalentes. Então vai depender do quadro clínico do paciente, da escolha do paciente, da escolha do seu médico, mas eles são equivalentes. No entanto, surgiu agora um novo tratamento. A gente sabe que existe a imunoterapia e ela apareceu para o câncer de esôfago. Então a gente traz a imunoterapia no cenário adjuvante, ou seja preventivo, com intenção de cura. Para poder o paciente ser elegível para imunoterapia, ele tem que ter realizado quimio com radioterapia anteriormente.
Então, provavelmente, o tratamento de melhor escolha, nos dias de hoje, vai ser o tratamento com quimio e radioterapia, seguido de cirurgia, seguido então de imunoterapia, na intenção de cura para esses pacientes. Esse tratamento ele teve uma redução de 26% do risco de morte relacionado ao câncer específico. Então foi super positivo e espero que, em breve, a gente consiga está colocando em prática. Também veio um estudo sobre quimioterapia associada à imunoterapia, ou apenas imunoterapia, uma combinação de duas drogas onde a gente vai utilizar no cenário agora metastático, um cenário onde a gente não tem cura, mas que trouxe dados bem empolgantes pra gente. Então, para pacientes muito sintomáticos, que estão na primeira linha de tratamento, que têm uma doença de câncer de esôfago recorrente, tratamento com quimio e imunoterapia. Para aqueles que não são tão sintomáticos, não têm tanto volume de doença, imunoterapia com duas drogas.
Vamos esperar agora as aprovações dos nossos órgãos reguladores, aqui no Brasil, para que a gente possa colocar em prática, o quanto antes, e trazer esses benefícios para os nossos pacientes.
Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto e hoje o vídeo é sobre câncer de ovário.
Dia 8 de maio é o Dia Internacional do Combate ao Câncer de Ovário e hoje falaremos um pouquinho sobre essa doença.
Normalmente, os nossos vídeos são focados em exames de prevenção, rastreamento, detecção precoce do tumor. Mas, infelizmente, para o câncer de ovário, eu não tenho essa boa notícia, eu não tenho exames de rastreamento, idade para estar começando a fazer algum exame para fazer a detecção precoce.
Normalmente, nessa patologia, as pacientes são diagnosticadas no estágio realmente mais avançado, quando já se tem algum sintoma, ou quando o tumor já se torna bem visível ao ultrassom transvaginal.
Então o melhor exame é o ultrassom transvaginal, o melhor exame para se ver os ovários, mas infelizmente ele não consegue visualizar lesões muito iniciais. Por isso que não é um exame de rastreamento que a gente possa estar indicando, mas que deve ser realizado e, normalmente, é solicitado pelo ginecologista que acompanha a mulher.
O que eu tenho de boa notícia é que a medicina evoluiu e, hoje em dia, nós temos a oncogenética. Algumas famílias têm síndromes hereditárias, como por exemplo a mutação do BRCA 1 e BRCA 2. Como que a gente identifica isso? São aquelas famílias onde existe um acometimento por mulheres com diagnóstico de câncer de ovário e/ou câncer de mama.
Ficou muito conhecido esse tipo de síndrome, esse tipo de mutação BRCA1 e BRCA2, quando a atriz internacional Angelina Jolie resolveu fazer o exame e veio que ela tinha alteração porque a mãe dela teve tumor e ela fez a cirurgia preventiva. Então para essas pacientes, que têm esse tipo de alteração, elas têm indicação de fazer a cirurgia preventiva e retirar os ovários para evitar que o tumor se instale. Recomendamos então para essas famílias que têm pacientes, que têm mulheres com diagnóstico de câncer de ovário ou câncer de mama, que procurem um geneticista, um bom geneticista para estar fazendo esse aconselhamento genético.
Bem, por hoje o vídeo é isso, é o que eu tenho sobre câncer de ovário. Espero ter esclarecido alguma coisa. Qualquer dúvida podem entrar em contato conosco, que estaremos dispostos a responder o mais rápido possível.
Olá! Sou José Altino, médico oncologista do Corp – Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar a respeito de vacina.
A primeira vacina descoberta no mundo foi em 1749, na Inglaterra: a vacina contra varíola. A partir de então, várias outras vacinas foram descobertas e são utilizadas até a presente data.
Na população adulta, atualmente, cinco são as doenças mais preocupantes. Entre elas: Sarampo, Febre Amarela, Hepatite B, Influenza (a vacina da gripe) e, mais recentemente, o Covid-19, Coronavírus.
Muito se fala de eficácia das vacinas. As vacinas da Hepatite B, Sarampo e Febre Amarela apresentam uma eficácia ao redor de 80 a 90%. Já a vacina da Influenza apresenta uma eficácia que pode variar de 40 a 90%. E a do Covid-19? Fica ao redor de 50 a 94, 95%.
A eficácia é a capacidade da vacina de evitar o desenvolvimento da doença, após a sua aplicação, ou então, quando a doença se manifeste, seja com quadro mais brando, com menor complicações. Então a eficácia significa: ausência total do desenvolvimento da doença ou a doença com complicações e manifestações mais suaves.
Foi aprovado para uso emergencial no Brasil, dia 17 de Janeiro de 2021, a vacina Coronavac. Ela foi investigada, no Brasil, com 12.607 voluntários, sendo que 6129 fizeram uso da vacina Coronavac e 6129, fizeram uso do placebo. Cabe ressaltar que nenhum paciente sabia se estava no grupo do placebo ou no grupo da vacina. Portanto, um estudo chamado de duplo-cego. Nem o paciente nem investigador, que no caso é o médico, tinha consciência do que estava sendo aplicado naquele voluntário.
Os voluntários foram os profissionais da área de saúde, pois existia uma urgência para análise dos dados. Os profissionais de saúde têm contato, mais frequentemente, com o vírus Covid-19 e, por isso, eram as pessoas ideais para participar do estudo. População adulta: de 18 a 60 anos (incluindo acima de 60 anos). Esse estudo começou em julho de 2020 e foi finalizado – a inclusão de pacientes – dia 18 de dezembro de 2020. Foi analisado e trabalhado em 16 centros (16 hospitais) dentro do Brasil.
De acordo com os dados desse estudo, foi permitida a liberação para a utilização emergencial da Coronavac no Brasil, pois apresentou uma eficácia global de 50,4% e, dentro desses 6129 pacientes que utilizaram a vacina, não ocorreu nenhum caso de covid-19 com necessidade de internação em UTI, ou seja, de ventilação mecânica. 78% dos casos de Covid-19 (Coronavírus) que se manifestaram no grupo dos pacientes que havia utilizado a vacina apresentaram quadros leves. Muitas das vezes, nem necessitando de internação, apenas de cuidados em casa. Portanto a vacina cumpriu a sua missão, ou seja, diminuiu o risco de complicações do covid-19 de maneira brilhante. Nenhum caso com manifestação grave e 78% com manifestações brandas.
A Coronavac não apresenta licença definitiva em nenhum país, mas já está sendo usada na China, na Turquia e na Indonésia, em uso emergencial.
Por que existe diferenças de eficácia entre as vacinas do Covid-19? Provavelmente por conta que uma trabalha com vírus atenuado (inativado), enquanto outras duas com RNA vírus e as duas outras – que é a de Oxford e a russa –, trabalham com vetor viral. Provavelmente a diferença de eficácia se deva a esse fator.
O que devemos levar em consideração ainda é a condição de armazenamento dessas vacinas, pois a vacina Coronavac – a chinesa – pode ser armazenada em temperaturas ao redor de 5 graus bem como a de Oxford. Isso facilita o transporte e o acondicionamento dessas vacinas nos postos de saúde, sem influenciar na qualidade e na viabilidade da vacina. Já a vacina da Moderna e a Sputnik necessitam de armazenamento com temperaturas a menos de 18 e 25 graus. A vacina da Pfizer necessita de uma temperatura a menos de 70 graus para o seu armazenamento. Isso é importante por que? Porque se a vacina não for armazenada na temperatura ideal, ela perde a sua eficácia. Então, a gente estaria recebendo uma medicação (uma vacina) já sem eficácia alguma, pela falta de condição adequada de armazenamento.
E os efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais do Trabalho em voluntários do a Coronavac foram extremamente baixos. Complicações graves? Nenhuma: zero! Complicações de grau 1 ou grau 2, ou seja, complicações de baixa complexidade? Ao redor de 10%. A principal complicação da vacina? Dor no local da aplicação. É sabido que todas as vacinas apresentam como efeito colateral febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga – são sintomas extremamente comuns em qualquer tipo de vacinação. E isso aconteceu ao redor de 50,8% dos pacientes dessa pesquisa. Portanto é uma vacina extremamente segura. E aí existem alguns grupos que advogam que a vacina tem risco de morte e isso é infrequente.
Contra indicação para o uso da vacina Coronavac:
Pacientes que já tenham apresentado reação anafilática com outras vacinas previamente, ou paciente que seja alérgico ao polietileno glicol (que é um componente químico presente em alguns laxantes) e o polissorbato (que é um componente químico emoliente utilizado em alguns produtos cosméticos). Portanto a contra indicação para aplicação da Coronavac é muito baixa! Apenas essas três situações, em que pacientes já apresentaram reação anafilática a outras vacinas ou que têm alergia a um desses componentes (o polietileno glicol e polissorbato). De uma maneira geral, os efeitos colaterais são ao redor de 5 a 10%, enquanto os sintomas de febre, dor no local da aplicação, indisposição e fadiga (cansaço) podem ocorrer ao redor de 50% dos pacientes, podendo perdurar até sete dias. Mas são efeitos totalmente pertinentes e comuns para qualquer tipo de vacinação.
Os pacientes oncológicos vão poder fazer o uso da vacina Coronavac? Sim.
Os pacientes oncológicos, mesmo em tratamento quimioterápico, podem utilizar a vacina Coronavac. Esse conhecimento se faz a partir do fato de que outras vacinas já são utilizadas, entre elas, a influenza, e sem risco algum para o paciente em quimioterapia. Porém, é sabido que existe uma diminuição da eficácia, uma diminuição da produção de anticorpos, nos pacientes em quimioterapia porque a imunidade costuma estar mais baixa. Sendo assim, os pacientes oncológicos, em quimio ou que não estejam em quimioterapia, estão liberados para fazer a aplicação da Coronavac.
Já ouviu falar sobre a vacinação contra o HPV em meninas adolescentes e, agora, em meninos?
Caso você esteja se perguntando sobre a eficácia da vacinação, leia as informações a seguir.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 2020, espera-se, aproximadamente, 16.590 novos casos de câncer de colo de útero com 6.526 mortes.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Considerando que 90% dos cânceres de colo de útero estão relacionados ao HPV, precisamos chamar a atenção para a vacinação oferecida pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas entre 9 a 26 anos vivendo com HIV / Aids e outras condições imunossupressoras como pacientes transplantados e em tratamento de câncer.
No último dia 20 de Outubro, foi publicado um grande estudo sueco*, no New England Journal of Medicine, sobre a relação entre a vacinação contra o papilomavírus humano na prevenção de lesões cervicais de alto grau e o risco subsequente de câncer cervical invasivo.
Através deste estudo, foi comprovado que a vacina reduz substancialmente o risco da doença em nível populacional. Essa redução foi de até 88% no risco de desenvolver o câncer de colo de útero nas jovens vacinadas, quando comparado com meninas não vacinadas.
O estudo ainda confirma que a vacina quadrivalente protege contra o câncer cervical, porém, ressaltou a importância desta vacina ser aplicada ainda em idade jovem para uma melhor proteção, com uma redução do risco em até 88% em mulheres vacinadas antes dos 17 anos.
Os resultados, a longo prazo, vislumbram a redução significativa de câncer de colo de útero nas próximas décadas.
Você também tem várias informações a respeito do tema na Live que fizemos: HPV – Cuidado e proteção dos adolescentes. Na Live, o Dr. José Altino (CRM 73227), oncologista clínico do Corp, debate o assunto abordando questões do universo dessas jovens adolescentes com a Dra. Valéria Dória (CRM 79010), ginecologista e obstetra, e com a Prof. Dra. Maria Jaqueline Coelho Pinto (CRP 06/39394-1), psicóloga.
* O trabalho foi financiado pela Swedish Foundation for Strategic Research.
2 – HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer – Jiayao Lei, Ph.D., Par Sparén, Ph.D. et al – October 1, 2020 – N Engl J Med 2020; 383:1340-1348 – DOI: 10.1056/NEJMoa1917338
Olá, sou José Altino, médico oncologista do Corp, Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar a respeito da imunoterapia.
Esta modalidade de tratamento para o controle do câncer vem sendo investigada há décadas, porém, o seu maior impulsionamento foi a partir do ano de 2010, com a utilização da imunoterapia para o melanoma maligno, um tumor de pele que pode ter uma evolução mais agressiva.
A imunoterapia revolucionou a evolução de vários casos de melanoma e faz parte do processo de autorização e validação da eficácia do tratamento oncológico. Com a utilização do medicamento, em casos inicialmente já com metástase, é possível avaliar a redução tumoral no próprio paciente. No passo seguinte, a utilização desses medicamentos, uma vez que comprovada a sua eficácia, passa a ser um cenário, ou seja, uma situação de pós-operatório, ou seja, uma maneira preventiva para que a doença não tenha uma recorrência.
Atualmente, com a imunoterapia, já estamos utilizando tais medicamentos antecedendo a cirurgia, ou seja, para uma redução tumoral e, assim, uma maior curabilidade mesmo antes do processo cirúrgico.
Em resumo, a imunoterapia começa a ser avaliada em pacientes com uma doença incurável. Na sequência, preventivamente, no cenário pós-cirúrgico, atualmente, se utiliza previamente ao procedimento cirúrgico e, quando este fluxo ocorre desta forma, significa que a eficácia do tratamento é confiável e duradoura.
A imunoterapia é utilizada para diversos tumores, entre eles: cabeça e pescoço, esôfago, estômago, intestino, rins, bexiga, ovário, melanoma, pulmão, mama e alguns outros.
Atualmente, temos disponível, aproximadamente, 10 moléculas, 10 tipos de medicamentos com a função de imunoterapia. Vale ressaltar que todo esse tratamento permite um controle tumoral, aumentando a curabilidade deste câncer, mas às custas de um custo financeiro elevadíssimo e, infelizmente, o sistema público de saúde não torna acessível e universal a imunoterapia para todos os pacientes.
Portanto, não devemos esquecer de medidas preventivas como não fumar, ter uma dieta equilibrada, evitar exposição ao sol de maneira excessiva, fazer exames preventivos de rotina e ter uma orientação familiar dos seus aspectos genéticos. Todas essas abordagens são extremamente importantes dentro de um sistema de saúde como o nosso. Como um exemplo: o custo de tratamento preventivo após uma cirurgia de melanoma pode atingir o valor de, aproximadamente, 300 mil. No entanto, qual seria o custo financeiro de consultas de rotina com dermatologistas, cirurgia de pintas suspeitas precocemente? Assim teríamos um custo financeiro menor sem falar do trauma emocional e menores efeitos colaterais ao longo da vida deste paciente.
Portanto, prevenção é fundamental!
José Altino – CRM 73227
Acesse o blog do Corp e fique por dentro de outros temas.
Olá, sou José Altino, médico oncologista do Centro de Oncologia
de Rio Preto e hoje vou falar sobre o tratamento de imunoterapia nos pacientes com
câncer e as alterações imunológicas decorrentes da infecção do COVID-19.
Atualmente, vários tipos de tumores são tratados com
imunoterapia.
Entre eles: melanoma maligno, tumor de pulmão, tumor de rim,
tumor de estômago, cabeça e pescoço, fígado, dentre outros. O tratamento de imunoterapia
ativa o nosso sistema imunológico para que as nossas células de defesa possam reconhecer
as células tumorais e estas células de defesas vão combater as células tumorais,
portanto, fazer a ativação do sistema imunológico de uma maneira benéfica e a
grande vantagem da imunoterapia é que a redução tumoral, geralmente, apresenta
uma durabilidade maior, ou seja, um mecanismo de memória, portanto, é uma
durabilidade maior e os efeitos colaterais, geralmente, menores do que uma quimioterapia
convencional. Como, por exemplo, queda de cabelo, vômitos, alterações do
paladar, não que a imunoterapia não tenha efeito colateral, mas comparado com
quimioterapia convencional são extremamente menores as complicações.
Vou passar um vídeo mostrando o mecanismo de ação da
imunoterapia:
Atualmente, a imunoterapia representa uma revolução do
tratamento do câncer.
Ela é uma opção de tratamento que induz o combate das células
cancerígenas pelo sistema imunológico do próprio organismo. Nosso organismo é
capaz de reconhecer o tumor como um corpo estranho desde a sua origem só que,
com passar do tempo, esse tumor passa a se disfarçar para o nosso sistema
imunológico aproveitando para se desenvolver.
A imunoterapia busca reativar essa resposta imunológica contra
o agente agressor. Por meio do bloqueio dos fatores que inibem o sistema
imunológico, as medicações provocam o aumento da resposta imune estimulando a
atuação dos linfáticos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o
tumor como um corpo estranho, atacando-o.
Neste vídeo, as células de defesa, conhecidas como
linfócitos, são ativadas para combater as células tumorais, como já foi dito. Em
contrapartida, já na infecção pelo Coronavírus, há, também, uma estimulação do sistema
imunológico para a produção de citocinas, que são glicoproteínas, ou seja, substâncias
que podem apresentar uma ação pró-inflamatória ou uma ação inibitória da
inflamação.
Então, essa citocina pode ter um efeito estimulador ou
inibidor da inflamação. Assim, começamos a entender porque algumas pessoas
apresentam uma evolução do COVID-19 praticamente assintomática, provavelmente, por
um predomínio da liberação de citocinas anti-inflamatórias, ou seja,
inibitórias e outras pessoas apresentam a liberação de citocinas com estímulo
para a inflamação e portanto apresentar um quadro de inflamação grave,
principalmente, no pulmão sendo necessária a internação na UTI para um suporte
médico mais avançado. Porém, não sabemos como vai ser a nossa reação, ou seja,
do nosso organismo perante a infecção do COVID-19. Pode haver um predomínio das
citocinas inflamatórias estimulando o sistema inflamatório de uma maneira
significante ou, então, o predomínio de citocinas inibitórias. Para isso, vou
mostrar um vídeo para maior entendimento.
O que são citocinas? Resumindo de grosso modo, são pequenas
proteínas que estão liberadas por diversas células do nosso organismo, sendo
que essa liberação só ocorre por meio de uma resposta de algum estímulo celular
externo, ou seja, é necessário ter acontecido alguma coisa para que a liberação
seja feita. Elas são proteínas de comunicação celular que afetam o
comportamento das células provocando alguma ação. Podem não ser a produção de
moléculas biologicamente ativas ou outras citocinas. As citocinas estão
diretamente relacionadas ao processo de inflamação podendo ser
pró-inflamatórios ou regulando negativamente a inflamação. Elas têm o poder de
fazer regulações imunológicas e mudar perfis de ações celulares promovendo imunomodulação
dependendo da situação. Muitas das células do sistema imune participam da
tempestade de citocinas, mas temos que dar destaque aos macrófagos, aos
neutrófilos, às células dendríticas e, também, aos linfócitos NK, porque elas
têm papéis importantíssimos na construção da tempestade de citocinas.
Está vendo esse Th’s? Esses são perfis de citocinas. São
configurações que as células do nosso sistema imune seguem. Provocam ações específicas
e facilitam o trabalho do sistema todo para que o organismo consiga retornar à homeostase
de uma forma mais eficaz e voltar ao estágio original de como nosso organismo
estava. Cada citocina se enquadra em um perfil ou vários ao mesmo tempo,
dependendo da sua função.
No vídeo, podemos observar que, realmente, existem citocinas
como Th2, Th9 que se relacionam com a defesa do nosso organismo contra, inclusive,
os helmintos.
O que são helmintos? São os vermes.
Por isso, que existe um fundo de verdade, uma premissa
científica que a Ivermectina possa trazer benefício no controle do COVID-19
porque pode realmente modular o sistema e a liberação de citocinas.
Em resumo, o sistema imunológico do nosso organismo é extremamente
importante com uma capacidade de nos salvar. Porém, também, com uma capacidade
de nos causar complicações graves com risco de morte. Não temos o controle
absoluto do nosso sistema imunológico e, portanto, não tem como prever como vai
ser a liberação dessas citocinas perante o COVID-19. Então, sendo assim, não existindo
uma maneira de predizer qual é o predomínio das citocinas, o que devemos fazer
é evitar aglomeração social, manter o máximo de higiene das mãos com água e
sabão ou álcool em gel e a utilização de máscaras. Tudo isso é fundamental para
prevenção do COVID-19.
Esse vídeo mostra muito bem que o nosso sistema imunológico pode agir controlando câncer, controlando diversas infecções, mas, também pode exacerbar complicações inflamatórias importantes.
Para o ano de 2020 estão sendo esperadas novas medicações para o tratamento de vários tipos de câncer; as informações são do médico José Altino, oncologista do Centro de Oncologia de Rio Preto – CORP.