Dia 14 de novembro é o dia mundial do diabetes e qual é a relação do diabetes com o câncer?
Meu nome é Natália Kodama, sou nutricionista do Centro de Oncologia de Rio Preto e vim falar um pouquinho sobre o assunto.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 13 milhões de pessoas no Brasil convivem com o diabetes. Isso é equivalente a, mais ou menos, 7% da população. Por isso, é um dado com o qual nós devemos nos preocupar. Porque uma pessoa com diabetes aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres como: fígado, pâncreas, endométrio. E, segundo o Instituto Americano de Pesquisa sobre o Câncer, esse risco pode aumentar até duas vezes. Apesar de não ser consenso, alguns estudos também mostram um risco de desenvolvimento do câncer de colo e de mama. Além de todo o potencial ou risco da associação, também as duas doenças – tanto diabetes como câncer – compartilham fatores de riscos em comum como: a obesidade e a falta de atividade física. A obesidade, ou excesso de gordura corporal, aumenta a resistência à insulina como também desencadeia uma inflamação crônica, dois fatores de risco para o desenvolvimento dessas patologias.
Uma alimentação com o teor de açúcar além do que deveria ser utilizado pode trazer um aporte energético maior do que a sua necessidade, fazendo com que haja um excesso de gordura corporal. Por isso que a gente sempre enfatiza a importância de fazer a alimentação baseada em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e também trabalhar com algumas opções para a gente tentar diminuir o consumo de açúcar, no nosso dia a dia.
Algumas dicas eu posso deixar para vocês, que fazem com que a gente já comece nessa redução de gordura e açúcar na nossa alimentação. Então, por exemplo, trocar um refrigerante por uma água com gás e frutas, fazer águas aromatizadas com frutas, facilitam também a gente ter uma adesão melhor ao líquido. Tirar o açúcar, por exemplo, do seu chá ou polvilhar um pouquinho de canela no café, pra fazer também com que você não utilize o açúcar no café e, por fim, trabalhar com lanches de castanhas, frutas secas, fazendo assim você deixar, de lado, aqueles lanches com teor de açúcar aumentado.
Então espero ter contribuído com algumas dicas e informações.
Já ouviu falar sobre a vacinação contra o HPV em meninas adolescentes e, agora, em meninos?
Caso você esteja se perguntando sobre a eficácia da vacinação, leia as informações a seguir.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 2020, espera-se, aproximadamente, 16.590 novos casos de câncer de colo de útero com 6.526 mortes.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Considerando que 90% dos cânceres de colo de útero estão relacionados ao HPV, precisamos chamar a atenção para a vacinação oferecida pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas entre 9 a 26 anos vivendo com HIV / Aids e outras condições imunossupressoras como pacientes transplantados e em tratamento de câncer.
No último dia 20 de Outubro, foi publicado um grande estudo sueco*, no New England Journal of Medicine, sobre a relação entre a vacinação contra o papilomavírus humano na prevenção de lesões cervicais de alto grau e o risco subsequente de câncer cervical invasivo.
Através deste estudo, foi comprovado que a vacina reduz substancialmente o risco da doença em nível populacional. Essa redução foi de até 88% no risco de desenvolver o câncer de colo de útero nas jovens vacinadas, quando comparado com meninas não vacinadas.
O estudo ainda confirma que a vacina quadrivalente protege contra o câncer cervical, porém, ressaltou a importância desta vacina ser aplicada ainda em idade jovem para uma melhor proteção, com uma redução do risco em até 88% em mulheres vacinadas antes dos 17 anos.
Os resultados, a longo prazo, vislumbram a redução significativa de câncer de colo de útero nas próximas décadas.
Você também tem várias informações a respeito do tema na Live que fizemos: HPV – Cuidado e proteção dos adolescentes. Na Live, o Dr. José Altino (CRM 73227), oncologista clínico do Corp, debate o assunto abordando questões do universo dessas jovens adolescentes com a Dra. Valéria Dória (CRM 79010), ginecologista e obstetra, e com a Prof. Dra. Maria Jaqueline Coelho Pinto (CRP 06/39394-1), psicóloga.
* O trabalho foi financiado pela Swedish Foundation for Strategic Research.
2 – HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer – Jiayao Lei, Ph.D., Par Sparén, Ph.D. et al – October 1, 2020 – N Engl J Med 2020; 383:1340-1348 – DOI: 10.1056/NEJMoa1917338
Olá, sou José Altino, médico oncologista do CORP, Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar sobre câncer de mama.
De acordo com dados do INCA, Instituto Nacional de Câncer do Brasil, para o ano de 2020, haverá aproximadamente 66.300 casos novos de câncer de mama.
Existem alguns tipos de câncer na mama como carcinoma ductal, carcinoma lobular – invasivo e não invasivo –, sarcomas e outros tipos de tumores, que terão percentual de curabilidade de acordo com a fase na qual é diagnosticado.
O diagnóstico se faz através do exame das mamas – autoexame –, mamografia, ultrassom, ressonância das mamas e, por fim, a biópsia quando necessário.
Uma pergunta muito frequente que é feita: Qual é a idade que a mulher deve começar a fazer os exames preventivos da mama?
A ocorrência de câncer de mama antes de 40 anos é baixa. Existem poucas mulheres que desenvolvem câncer de mama entre 20 e 40 anos.
Devemos ter uma atenção especial, obviamente, nas mulheres com história familiar positiva para câncer de mama ou câncer de ovário, nas quais a ocorrência de câncer mamário pode ser numa fase mais jovem.
O grande impacto no diagnóstico e redução da mortalidade pelo câncer de mama é a realização de mamografia, associada ou não a ultrassom de mamas, na faixa etária entre 50 e 65 anos, na qual existe um elevado risco do desenvolvimento do câncer de mama.
O tratamento do câncer de mama passa por cirurgia que pode ser desde uma mastectomia total, uma quadrantectomia – ou seja uma ressecção de um quadrante de uma parte da mama – ou até mesmo, atualmente, nodulectomia. Todos vão depender do tamanho do tumor, obviamente, para a melhor escolha do procedimento cirúrgico. Pode ser seguido de quimioterapia, radioterapia ou ainda de tratamento com comprimido anti hormonal, tendo em vista que 75% dos tumores apresentam seu crescimento estimulado pelo hormônio feminino.
Mas as medidas preventivas como não fumar, bebida alcoólica com moderação, dieta equilibrada (entre carne vermelha, peixe, frango, carboidratos, frutas e legumes) e atividade física são todas estratégias de extrema importância para evitar o desenvolvimento do câncer na mama. Enquanto os exames rotineiros permitem o diagnóstico precoce para aumentar a possibilidade de cura.
Agora, no ano de 2020, ano do isolamento social, no entanto ano da conexão virtual, com responsabilidade física, social, psíquica, familiar e econômica, faça essa conexão.
Hoje venho, até aqui, conversar um pouquinho com vocês sobre a importância do acompanhamento psicológico durante o tratamento de câncer de mama.
Sabemos que o mês de outubro é o mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama.
Esse câncer constitui a principal neoplasia que compromete as mulheres e é uma doença que, muitas vezes, causa muitas limitações. Limitações físicas, emocionais e também geram a interfase em relação ao convívio social, dificultando os relacionamentos interpessoais, devido à queda na qualidade de vida provocada pelo diagnóstico e tratamento.
O câncer de mama atinge o órgão responsável pela simbologia da feminilidade e, com isso, é natural que essas mulheres tenham algumas repercussões negativas em relação a essa doença.
Há a possibilidade de perda desse órgão, mutilação ou a retirada total da mama. Há também a vulnerabilidade provocada pelo fato da doença poder levá-la à morte, caso não tenha um tratamento adequado, em tempo (rápido), após diagnóstico.
Todas essas situações podem gerar um desgaste físico e emocional nessa mulher, gerando sentimentos, depressão, ansiedade, um luto antecipatório por medo da perda da feminilidade e dos seus valores.
Muitas dessas mulheres acabam por não externalizar essas emoções, essas preocupações aos seus familiares. Desta forma, ela acaba sentindo muito o peso do tratamento, desde a investigação desse módulo, quando detectado pelo toque ou pelo exame de rotina.
Essas mulheres já começam a sofrer sintomas de ansiedade, medo, tristeza, preocupação excessiva com a possibilidade de vir o diagnóstico de uma doença maligna. Então, desta forma, o acompanhamento psicológico torna-se fundamental desde o início. Desde o momento em que essa mulher está em investigação e quando ela recebe o diagnóstico.
Antes mesmo de iniciar o tratamento, é o momento ideal para que ela procure ajuda psicológica. É importante para que ela entenda o que está acontecendo, quais são os caminhos que ela tem, as possibilidades de tratamento, o que significa cada etapa, qual será a necessidade dela, o tipo de tumor que a biópsia detectou. Porque a gente sabe que tanto o procedimento cirúrgico – que pode retirar totalmente essa mama – assim como o tratamento quimioterápico, radioterápico e até o hormônio terápico vão gerar sintomas e efeitos colaterais nessa mulher e ela precisa aprender a lidar com todas essas modificações decorrentes deste tratamento.
Então o acompanhamento psicológico irá ajudá-la a entender quem é ela no meio desse novo contexto. Ajudá-la a criar estruturas e enfrentamento positivo perante a doença, a aprender lidar com os sintomas e com todas as questões de preocupações, dúvidas e incertezas. Enfim, vai ajudá-la a trabalhar com esse aspecto emocional, desde o início.
Esse acompanhamento psicológico também se estende aos familiares, que muitas vezes ficam perdidos, não sabem como ajudar, ficam temerosos ou falam demais sobre o assunto de uma forma muito negativa. Ou não tocam no assunto, podendo gerar um sentimento até de distanciamento da paciente com seus familiares. Na vida conjugal, isso pode gerar um prejuízo, um distanciamento entre o casal. Às vezes, o marido não sabe muito bem como lidar com a situação. Então esse suporte psicológico vai auxiliar essa família em como lidar com essa dor do momento, como criar estruturas cognitivas e estruturas emocionais para ajudar essa mulher a se fortalecer durante essa caminhada.
Se você está passando por esse problema ou conhece alguém que esteja passando por esse problema, oriente para que busque esse acompanhamento psicológico o mais rápido possível.
E para finalizar, venho reforçar – o que a gente sempre acaba orientando, em todo mês de outubro – sobre a importância do autoexame, do toque e dos exames anuais de rotina. Para que vocês, caso detectado o nódulo, corram e façam o tratamento precocemente, pois aumenta muito a chance de cura, quando tratado precocemente.
Estamos no Outubro Rosa, mês de conscientização ao câncer de mama.
Sou Natalia Kodama, nutricionista do Centro de Oncologia Rio Preto e hoje vim falar sobre os cuidados com a alimentação durante o tratamento.
O Câncer de Mama é um dos tipos de câncer que mais acomete as mulheres em nosso país e também o que mais mata. Por isso, sempre enfatizamos a importância da prevenção.
Mas, e quando a paciente está passando pelo tratamento? Quais os cuidados que se deve ter com a alimentação? As orientações alimentares são as mesmas para a população em geral: a adoção de um padrão alimentar saudável baseado no alto consumo de frutas, vegetais, cereais integrais e peixes e baixo consumo de carnes vermelhas, alimentos refinados, processados, doces e com alto teor de gordura saturada podem melhorar o prognóstico geral e a sobrevida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama.
Mas, sabemos que tratamentos como quimioterapia e/ou radioterapia causam uma variedade de sintomas que podem comprometer a qualidade de vida do paciente.
Por exemplo: náuseas, baixo apetite, alteração de paladar. Mudanças do paladar em pessoas que estão passando pelo tratamento foram associadas a efeitos adversos na qualidade de vida, morbidade e mortalidade devido a uma associação com ingestão inadequada de energia e nutrientes, perda de peso, desnutrição, adesão reduzida aos regimes de tratamento, redução da imunidade, relações alimentares alteradas.
E é aí que a nutricionista tem um papel super importante. Nós, nutricionistas podemos te ajudar com orientações específicas, apresentar novas preparações e adequar necessidades individuais. Estudos que investigam intervenções nutricionais durante o tratamento mostraram que o aconselhamento nutricional e a suplementação adequada podem ser úteis em garantir uma ingestão adequada de energia e nutrientes, amenizar efeitos colaterais, bem como no aumento da eficácia terapêutica. Procure um profissional capacitado para te auxiliar.
Além disso, já é sabido que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer, e na quimioterapia, podem impactar negativamente o prognóstico da doença, assim como na sobrevida geral.
Então, reforço a importância de manter um peso corporal saudável, ser fisicamente ativo, limitar a ingestão de gorduras (em particular, gorduras saturadas ) e seguir uma alimentação saudável, rica em fibras, cereais integrais, frutas e vegetais. Um consumo adequado destes alimentos fornece boas concentrações de antioxidantes naturais, os quais podem promover a prevenção da recidiva e favorecer a saúde pós tratamento do câncer de mama.
Espero ter contribuído com um pouco mais de informação.
Olá, sou José Altino, médico oncologista do Corp, Centro de Oncologia de Rio Preto.
Hoje, vamos conversar a respeito da imunoterapia.
Esta modalidade de tratamento para o controle do câncer vem sendo investigada há décadas, porém, o seu maior impulsionamento foi a partir do ano de 2010, com a utilização da imunoterapia para o melanoma maligno, um tumor de pele que pode ter uma evolução mais agressiva.
A imunoterapia revolucionou a evolução de vários casos de melanoma e faz parte do processo de autorização e validação da eficácia do tratamento oncológico. Com a utilização do medicamento, em casos inicialmente já com metástase, é possível avaliar a redução tumoral no próprio paciente. No passo seguinte, a utilização desses medicamentos, uma vez que comprovada a sua eficácia, passa a ser um cenário, ou seja, uma situação de pós-operatório, ou seja, uma maneira preventiva para que a doença não tenha uma recorrência.
Atualmente, com a imunoterapia, já estamos utilizando tais medicamentos antecedendo a cirurgia, ou seja, para uma redução tumoral e, assim, uma maior curabilidade mesmo antes do processo cirúrgico.
Em resumo, a imunoterapia começa a ser avaliada em pacientes com uma doença incurável. Na sequência, preventivamente, no cenário pós-cirúrgico, atualmente, se utiliza previamente ao procedimento cirúrgico e, quando este fluxo ocorre desta forma, significa que a eficácia do tratamento é confiável e duradoura.
A imunoterapia é utilizada para diversos tumores, entre eles: cabeça e pescoço, esôfago, estômago, intestino, rins, bexiga, ovário, melanoma, pulmão, mama e alguns outros.
Atualmente, temos disponível, aproximadamente, 10 moléculas, 10 tipos de medicamentos com a função de imunoterapia. Vale ressaltar que todo esse tratamento permite um controle tumoral, aumentando a curabilidade deste câncer, mas às custas de um custo financeiro elevadíssimo e, infelizmente, o sistema público de saúde não torna acessível e universal a imunoterapia para todos os pacientes.
Portanto, não devemos esquecer de medidas preventivas como não fumar, ter uma dieta equilibrada, evitar exposição ao sol de maneira excessiva, fazer exames preventivos de rotina e ter uma orientação familiar dos seus aspectos genéticos. Todas essas abordagens são extremamente importantes dentro de um sistema de saúde como o nosso. Como um exemplo: o custo de tratamento preventivo após uma cirurgia de melanoma pode atingir o valor de, aproximadamente, 300 mil. No entanto, qual seria o custo financeiro de consultas de rotina com dermatologistas, cirurgia de pintas suspeitas precocemente? Assim teríamos um custo financeiro menor sem falar do trauma emocional e menores efeitos colaterais ao longo da vida deste paciente.
Portanto, prevenção é fundamental!
José Altino – CRM 73227
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Olá, sou José Altino, médico oncologista do Centro de Oncologia
de Rio Preto e hoje vou falar sobre o tratamento de imunoterapia nos pacientes com
câncer e as alterações imunológicas decorrentes da infecção do COVID-19.
Atualmente, vários tipos de tumores são tratados com
imunoterapia.
Entre eles: melanoma maligno, tumor de pulmão, tumor de rim,
tumor de estômago, cabeça e pescoço, fígado, dentre outros. O tratamento de imunoterapia
ativa o nosso sistema imunológico para que as nossas células de defesa possam reconhecer
as células tumorais e estas células de defesas vão combater as células tumorais,
portanto, fazer a ativação do sistema imunológico de uma maneira benéfica e a
grande vantagem da imunoterapia é que a redução tumoral, geralmente, apresenta
uma durabilidade maior, ou seja, um mecanismo de memória, portanto, é uma
durabilidade maior e os efeitos colaterais, geralmente, menores do que uma quimioterapia
convencional. Como, por exemplo, queda de cabelo, vômitos, alterações do
paladar, não que a imunoterapia não tenha efeito colateral, mas comparado com
quimioterapia convencional são extremamente menores as complicações.
Vou passar um vídeo mostrando o mecanismo de ação da
imunoterapia:
Atualmente, a imunoterapia representa uma revolução do
tratamento do câncer.
Ela é uma opção de tratamento que induz o combate das células
cancerígenas pelo sistema imunológico do próprio organismo. Nosso organismo é
capaz de reconhecer o tumor como um corpo estranho desde a sua origem só que,
com passar do tempo, esse tumor passa a se disfarçar para o nosso sistema
imunológico aproveitando para se desenvolver.
A imunoterapia busca reativar essa resposta imunológica contra
o agente agressor. Por meio do bloqueio dos fatores que inibem o sistema
imunológico, as medicações provocam o aumento da resposta imune estimulando a
atuação dos linfáticos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o
tumor como um corpo estranho, atacando-o.
Neste vídeo, as células de defesa, conhecidas como
linfócitos, são ativadas para combater as células tumorais, como já foi dito. Em
contrapartida, já na infecção pelo Coronavírus, há, também, uma estimulação do sistema
imunológico para a produção de citocinas, que são glicoproteínas, ou seja, substâncias
que podem apresentar uma ação pró-inflamatória ou uma ação inibitória da
inflamação.
Então, essa citocina pode ter um efeito estimulador ou
inibidor da inflamação. Assim, começamos a entender porque algumas pessoas
apresentam uma evolução do COVID-19 praticamente assintomática, provavelmente, por
um predomínio da liberação de citocinas anti-inflamatórias, ou seja,
inibitórias e outras pessoas apresentam a liberação de citocinas com estímulo
para a inflamação e portanto apresentar um quadro de inflamação grave,
principalmente, no pulmão sendo necessária a internação na UTI para um suporte
médico mais avançado. Porém, não sabemos como vai ser a nossa reação, ou seja,
do nosso organismo perante a infecção do COVID-19. Pode haver um predomínio das
citocinas inflamatórias estimulando o sistema inflamatório de uma maneira
significante ou, então, o predomínio de citocinas inibitórias. Para isso, vou
mostrar um vídeo para maior entendimento.
O que são citocinas? Resumindo de grosso modo, são pequenas
proteínas que estão liberadas por diversas células do nosso organismo, sendo
que essa liberação só ocorre por meio de uma resposta de algum estímulo celular
externo, ou seja, é necessário ter acontecido alguma coisa para que a liberação
seja feita. Elas são proteínas de comunicação celular que afetam o
comportamento das células provocando alguma ação. Podem não ser a produção de
moléculas biologicamente ativas ou outras citocinas. As citocinas estão
diretamente relacionadas ao processo de inflamação podendo ser
pró-inflamatórios ou regulando negativamente a inflamação. Elas têm o poder de
fazer regulações imunológicas e mudar perfis de ações celulares promovendo imunomodulação
dependendo da situação. Muitas das células do sistema imune participam da
tempestade de citocinas, mas temos que dar destaque aos macrófagos, aos
neutrófilos, às células dendríticas e, também, aos linfócitos NK, porque elas
têm papéis importantíssimos na construção da tempestade de citocinas.
Está vendo esse Th’s? Esses são perfis de citocinas. São
configurações que as células do nosso sistema imune seguem. Provocam ações específicas
e facilitam o trabalho do sistema todo para que o organismo consiga retornar à homeostase
de uma forma mais eficaz e voltar ao estágio original de como nosso organismo
estava. Cada citocina se enquadra em um perfil ou vários ao mesmo tempo,
dependendo da sua função.
No vídeo, podemos observar que, realmente, existem citocinas
como Th2, Th9 que se relacionam com a defesa do nosso organismo contra, inclusive,
os helmintos.
O que são helmintos? São os vermes.
Por isso, que existe um fundo de verdade, uma premissa
científica que a Ivermectina possa trazer benefício no controle do COVID-19
porque pode realmente modular o sistema e a liberação de citocinas.
Em resumo, o sistema imunológico do nosso organismo é extremamente
importante com uma capacidade de nos salvar. Porém, também, com uma capacidade
de nos causar complicações graves com risco de morte. Não temos o controle
absoluto do nosso sistema imunológico e, portanto, não tem como prever como vai
ser a liberação dessas citocinas perante o COVID-19. Então, sendo assim, não existindo
uma maneira de predizer qual é o predomínio das citocinas, o que devemos fazer
é evitar aglomeração social, manter o máximo de higiene das mãos com água e
sabão ou álcool em gel e a utilização de máscaras. Tudo isso é fundamental para
prevenção do COVID-19.
Esse vídeo mostra muito bem que o nosso sistema imunológico pode agir controlando câncer, controlando diversas infecções, mas, também pode exacerbar complicações inflamatórias importantes.
Olá, pessoal! Tudo bem? Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica no Centro de Oncologia de Rio Preto e estou gravando esse vídeo hoje para a gente falar um pouquinho sobre drogas orais em oncologia clínica.
Algumas pessoas já devem estar se perguntando: Por que drogas orais e não quimioterapia oral? Primeiro, porque nem tudo que disponibilizamos na forma oral em oncologia clínica, ou seja, no tratamento do câncer, são quimioterápicos.
Nós temos, basicamente,
3 classes de drogas orais:
Nós temos aquelas que são chamadas de drogas alvos moleculares onde, através de uma avaliação mais minuciosa além do anatomopatológico, conseguimos detectar algumas moléculas onde já temos medicamentos que atuam bloqueando essas moléculas presentes em algumas células tumorais e alguns determinados tipos de câncer. Isso é muito comum no câncer de pulmão, por exemplo.
Temos também
os quimioterápicos orais propriamente ditos que são quimioterápicos que
funcionam na multiplicação celular, ou seja, quando a célula está se
multiplicando, ele tem a sua ação assim como as drogas endovenosas.
Temos os
bloqueios hormonais onde em determinadas patologias, principalmente no câncer
de mama, visualizamos através da imuno-histoquímica que existe a presença de
receptores hormonais, receptores de estrogênio ou progesterona onde a gente tem
medicamentos que vão bloquear essa via de estímulo de crescimento na célula
tumoral.
Então, infelizmente,
apesar de estarmos vivendo esse momento de pandemia de COVID onde muitas pessoas
gostariam de estar fazendo tratamento oral para evitar estar saindo de casa e se
submetendo a um tratamento endovenoso e nós priorizamos isso, mas, infelizmente,
nem todo mundo consegue ter esse benefício.
A melhor
pessoa para estar conversando com você e estar orientando com relação a essa possibilidade
e disponibilidade é o seu médico oncologista clínico. Portanto, em qualquer
dúvida que tenha, você deve procurar o seu médico com quem faz o tratamento do
câncer que ele, com certeza, vai conseguir orientar e te explicar todas as possibilidades
de substituição de protocolo.
Bem, o vídeo hoje era curtinho. Temos alguns vídeos explicativos nas redes sociais.
Olá, sou Natalia Kodama, Nutricionista do Centro de Oncologia de Rio Preto e hoje vim falar sobre mitos e verdades sobre a alimentação e a imunidade, nesse período em que estamos vivendo.
A preocupação com a imunidade está mais em alta do que nunca e com isso muitas receitas ou muitos alimentos milagrosos aparecem como solução. Ainda não temos evidências substanciais de quais alimentos ou nutrientes possam atuar prevenindo ou tratando o COVID-19, por se tratar de um vírus novo. O que sabemos é que uma alimentação rica em micronutrientes e compostos bioativos possui forte atividade na prevenção de doenças e quando consumidos regularmente, podem condicionar um sistema imunológico mais eficiente.
Então alimentos como alho, que possui alicina; laranja, que possui naringenina; gengibre, que possui shogaol e gingerol; açafrão da terra que possui curcumina; brócolis e couve, que possuem suforafanos. São alimentos que possuem compostos bioativos que podem sim contribuir com a sua imunidade. Assim como a Vitamina C, presente nas laranjas, limões, acerola, goiaba; a Vitamina D, presente na gema do ovo, no leite, ativados pelo sol; o Selênio da castanha do Brasil; o zinco das sementes e castanhas. Fora o complexo B e as fibras presentes em uma série de vegetais e frutas.
A alimentação saudável depende de uma diversidade alimentar e não de super alimentos isolados e deve ser adequada individualmente. Além disso, não só com a alimentação, mas uma boa imunidade é construída com hidratação adequada, qualidade de sono, atividade física e modulação de estresse.
Por fim, queria reforçar que é importante ter a consciência de que tais hábitos não nos tiram a responsabilidade de adotar medidas preventivas e recomendadas.
Espero ter contribuído com um pouquinho mais de informação e até uma próxima!
Hoje, vou falar sobre a importância dos exames de
rastreamento, ou seja, exames preventivos de check-up durante este período da
pandemia do COVID-19.
Devemos traçar uma linha do tempo: se essa pergunta me fosse
feita na primeira quinzena do mês de março, minha resposta seria “Vamos
aguardar o término da pandemia”.
Porém, já estamos no final do mês 6, mês de junho e ainda
não temos uma previsão concreta do término da pandemia do COVID-19 e obviamente
não podemos ficar aguardando para fazer os nossos exames preventivos sem essa
previsão.
E também não podemos nos basear nos sintomas ou seja tosse,
enjoo, vômitos, sangramento intestinal ou sangramento vaginal ou mesmo alteração
no exame físico das mamas para, então realizar os exames, pois sabemos que vários
tumores são totalmente silenciosos e quando se manifestam já se manifestam em
fase avançada da doença e com menor índice de curabilidade.
Baseado nisso, fazemos duas reflexões, ou seja: como ficará
o cenário no Brasil ou em qualquer outro país para a realização de exames de
check-up como colonoscopia, endoscopia, ultrassom, mamografia ao término da
pandemia do COVID-19?
Sabemos que teremos dificuldade no agendamento, sendo assim,
boa prática é o agendamento desses exames com maneira distanciada para evitar
aglomeração, utilização de máscaras de proteção, higienização das mãos
rigorosamente são extremamente indicados e deve-se realizar prioritariamente os
exames preventivos que indivíduos com história familiar positiva, indivíduos com
hábito de vida que aumentam o risco de câncer entre eles: tabagismo, sedentarismo,
obesidade e outros. Pessoas que já apresentam alguns sintomas como sangramento
vaginal, sangramento intestinal, tosse persistente ou dor sem uma causa óbvia e
pessoas com baixo risco de complicação do COVID-19. E quais são essas pessoas? São
pessoas abaixo de 60 anos, pessoas sem diabetes, sem cardiopatia, ou seja,
pessoas relativamente saudáveis.
Esta opinião não é uma opinião pessoal, pois já existe um
estudo que comparou o número de casos novos de câncer no primeiro semestre do ano
de 2019 comparado com o número de casos novos do primeiro semestre do ano de
2020 e foi identificado uma subnotificação de casos novos de câncer. Portanto,
esses casos continuam existindo, porém, não estão sendo feitos os diagnósticos.
Dr. José Altino – CRM 73227
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