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Category: Qualidade de vida

28 de maio de 2021 by Blog do Corp 0 Comments

Saúde Digestiva

29 de maio é o Dia Mundial da Saúde Digestiva e quais alimentos podem auxiliar na sua saúde digestiva?

Sou Natalia Kodama, nutricionista do CORP, Centro de Oncologia de Rio Preto, e hoje vou falar sobre alguns alimentos que auxiliam a digestão.

Vou começar com um alimento bem conhecido: o GENGIBRE, que possui milhares de substâncias que trazem benefícios à saúde, como a prevenção o câncer, mas também a função digestiva. Ele é muito eficaz contra náuseas e vômitos. Há muitos estudos mostrando efeito positivo do uso de gengibre nas náuseas causadas pela quimioterapia e nas náuseas de gestantes.

Outro alimento é o ABACAXI, o facilitador da sua digestão, fonte de uma enzima digestiva natural, a bromelina. Uma curiosidade é que a maior concentração de bromelina está no miolo do abacaxi. Sabe aquele “meiozinho” que a maioria das pessoas descartam? É onde encontramos  mais bromelina.

Já o MAMÃO é fonte de papaína, outra enzima digestiva, que assim como a bromelina do abacaxi, auxilia principalmente a digestão de proteínas. Além da papaina, o mamão também é conhecido pela função de estimular o funcionamento intestinal.

Falando sobre o efeito laxativo, a AMEIXA é outra fruta com grande potencial para estimular o funcionamento intestinal.

Já que estamos falando do intestino, acho importante citar sobre os PROBIÓTICOS. Os PROBIÓTICOS são bactérias benéficas que colonizam o nosso intestino, favorecendo o equilíbrio da microbiota intestinal. Algumas dessas bactérias auxiliam o funcionamento instestinal, outras auxiliam no controle de diarreia. Uma flora intestinal equilibrada é capaz de melhorar não só a digestão, como também a regulação do nosso sistema imunológico. E onde encontramos os PROBIÓTICOS? Em alguns alimentos fermentados como o chucrute (repolho fermentado), o missô (a soja fermentada utilizada na culinária oriental), o iogurte (formado através da fermentação do leite). São alguns alimentos fontes de bactérias saudáveis.

E falando sobre alimentos fermentados, estão se tornando muito populares, por aqui, o kefir (grânulos que fermentam o leite e já existem alguns em água) e a kombucha (fermentada a partir do chá verde ou do chá preto adoçados). Estão famosos também por sua ação probiótica. No entanto, não há como mensurar a quantidade nem os tipos de bactérias nas versões caseiras. Então se você está fazendo algum tratamento de quimioterapia, reforço a importância de questionar seu nutricionista se é indicado o consumo desse alimento.

E já que falei de probióticos, nada mais justo do que citar os PREBIÓTICOS. Os prebióticos são alimentos dos probióticos que, no geral, são fibras, componentes dos alimentos que não são digeríveis, conhecidas pelo seu potencial de promover o crescimento e adesão dessas bactérias benéficas no trato gastrointestinal, mudando a composição de sua microbiota. Alguns exemplos são FOS e INULINA, presentes em alimentos como cebola, alho, chicória, bardana e batata yacon.  Outro alimento que também tem essa função é a BANANA VERDE, ela é rica em amido resistente, um tipo de amido que também tem essa ação prebiótica. A dica é fazer biomassa de banana verde e acrescentar em diversas preparações como, por exemplo, o feijão. Ou usar a farinha de banana verde, ou ainda pegar a própria banana verde, cortar em rodelas e bater em uma vitamina.

E para terminar esse vídeo, reforço que, além dos alimentos, uma boa hidratação, a mastigação, a qualidade do sono, a modulação do estresse, são essenciais para a nossa saúde digestiva!

Espero ter contribuído com um pouco mais de informação e até a próxima.

19 de maio de 2021 by Blog do Corp 0 Comments

Tumores Cerebrais – Fatores de risco

Olá, sou José Altino, médico oncologista do Corp.

Hoje vamos conversar a respeito dos tumores cerebrais.

Representam de 1.4 a 1.8 % de todos os tumores malignos que ocorrem nos homens.

Acometem crianças, jovens, adultos e idosos. Portanto todas as faixas etárias e essa informação é importante, pois raramente temos tumores que acometem todas as faixas etárias.

E os fatores de risco, as causas do tumor cerebral?

Hereditária, ou seja, famílias com uma predisposição genética a desenvolvimento deste tipo de tumor.

Síndromes familiares como, por exemplo, a neurofibromatose. Essa síndrome – famílias com nódulos e manchas café-com-leite pela pele, conhecida como neurofibromatose –   é um fator de risco para tumor cerebral.

Exposição à irradiação, deficiência imunológica como HIV, ou ainda o uso prolongado de imunossupressor, exposição excessiva à arsênico, chumbo e mercúrio, trabalhadores de fábricas de borracha, agrotóxicos e refinaria – são todos fatores de risco.

Existem mitos em relação aos fatores de risco. Trauma na cabeça não é um fator de risco. Nem várias substâncias químicas, como o petróleo, não são fator de risco. O uso de aspartamo não é um fator de risco.

E o mais questionável que é o uso do aparelho de celular, o uso excessivo. O que é o uso excessivo? É a utilização do aparelho celular por mais de 120 minutos, ao longo do dia. Qual é o fundamento para essa especulação? É que o aparelho de celular emite uma radiofrequência que aquece as células e este aquecimento celular predispõe a mutações celulares e, portanto, o aparecimento de câncer. Um estudo francês, com indivíduos saudáveis, ou seja voluntários, que envolveu 900 indivíduos, começou em 2005 e terminou em 2015. Ao longo de dez anos, esses voluntários informavam se estavam usando o aparelho de celular e por quanto tempo. Vários questionamentos são feitos nesse tipo de estudo, pois os aparelhos de celular vão se modernizando, mudando a tecnologia. Portanto, isso pode provocar diferenças nas avaliações. E ainda como ter a confiabilidade da informação da utilização ou não do aparelho celular em indivíduos voluntários? Portanto, até o presente momento, é especulativo que o uso do aparelho celular é um fator de risco para o câncer.

Para maiores informações, visite o nosso site Clínica Corp.

6 de abril de 2021 by Blog do Corp 0 Comments

SAÚDE MENTAL NO TRATAMENTO DO CÂNCER

Olá, meu nome é Vanessa Lourenção, sou psicóloga do Centro de Oncologia Rio Preto, e hoje vamos conversar um pouquinho sobre a Saúde Mental no Tratamento do Câncer.

O impacto do diagnóstico da doença crônica, muitas vezes, provoca uma sobrecarga emocional – gerando estressores para o indivíduo –, que afeta diretamente na qualidade de vida e decorrente das modificações do tratamento: um afastamento dos papéis sociais, os efeitos adversos da medicação, as incertezas e inseguranças do novo, do desconhecido, de como que vai ser todo esse processo.

Então, aquele paciente que busca apoio emocional, desde o início, ele vai estar trabalhando, ativamente, essa reconstrução de todo esse processo, dando um novo significado para a sua vida, buscando recursos que vai ajudá-lo a criar estratégias de enfrentamento positivo para passar por esse processo todo, decorrente de efeitos adversos da medicação, impacto na autoimagem, um isolamento que, muitas vezes, o indivíduo se coloca por vergonha ou por medo de que algo pior aconteça, levando-o a deixar de participar da vida em família ou de estar em contato com os amigos, que são coisas super importantes para que ele se mantenha ativo, fisicamente e emocionalmente, mesmo com tratamento em andamento.

Alguns estudos também têm mostrado a importância da busca pelo sentido da vida. O sentido da vida vai ajudar o indivíduo a reduzir os fatores estressores, a olhar mais para o ambiente, buscando recursos de apoio, de suporte como visualizar e entender a ajuda da família, aceitar a presença e o suporte social dos amigos, dos colegas de trabalho. Também nessa questão: ter um bom ajustamento com equipe multiprofissional e com os próprios médicos auxilia muito no engajamento de um bom enfrentamento desse paciente.

Então é importante que esse indivíduo esteja bem atento em como ele interpreta tudo isso. Os próprios recursos pessoais vão direcionar como vai ser o enfrentamento dele. Aquele indivíduo que tem um perfil mais positivo, que consegue ser otimista, que consegue encontrar o lado positivo em todo esse processo que está passando, automaticamente, terá um enfrentamento mais positivo e uma recuperação melhor, por conta desses recursos próprios positivos, emocionais.

Então fique atento. Se você está passando por um tratamento oncológico, fique atento em como você está interpretando tudo isso e como você tem se usado perante os seus próprios recursos de enfrentamento, para que você passe, da melhor forma possível, por todo o processo, seja ele medicamentoso ou cirúrgico. Aceite o suporte da família, dos amigos e aprenda a olhar mais para dentro de si e entender quais são seus recursos emocionais. Se você tem recursos positivos ou se não estão tão positivos assim, é o momento de buscar ajuda para aprender a fazer uma reinterpretação desses recursos e suas crenças, de como você se vê, de como você tem se adaptado à essa situação, identificar o que está sendo mais difícil e buscar a superação disso tudo.

Fique atento à questão emocional e busque ajuda o quanto antes

Se tiverem alguma dúvida, se quiserem perguntar alguma coisa, é só comentar no link abaixo.

Obrigada!

1 de abril de 2021 by Blog do Corp 0 Comments

Câncer de Esôfago – Tipos, Prevenção, Diagnóstico e Tratamento

Olá, pessoal? Tudo bem?

Eu sou a Dra. Valeska do Carmo, sou oncologista clínica do Centro de Oncologia de Rio Preto e hoje eu venho falar um pouquinho sobre câncer de esôfago.

Primeiro vou explicar o que que seria esôfago. Esôfago é um tubo que leva o alimento da boca até o estômago. Ele é dividido em três partes. As duas partes superiores costumam ser acometidas por um determinado tipo de câncer. Já a parte distal, que é a mais próxima do estômago, tem um outro tipo de acometimento de câncer e um outro nome.

Então vamos lá: nos primeiros dois terços, temos o carcinoma espinocelular. Ele está altamente associado ao tabagismo, à alta ingesta de bebida alcoólica e a ingesta de bebidas quentes. São mais ou menos os mesmos fatores de risco dos tumores de cabeça e pescoço, muito parecido. Já o terço distal é mais parecido com o estômago e está muito relacionado à obesidade, à má alimentação (alimentação gordurosa) e ao refluxo, a doença do refluxo gastroesofágico – aquela queimação que fica no estômago, que dá tosse, como um dos sintomas.

Então, o que fica aqui de alerta para a gente tentar evitar o câncer de esôfago?

O câncer de esôfago já não é tão comum, mas a gente pode diminuir ainda mais a incidência dele. Basta a gente cessar o tabagismo, a gente ter equilíbrio na ingestão de bebida alcoólica e, quanto às bebidas quentes como cafés, chás, chimarrão (na região do Sul), sempre tentar deixar a uma temperatura mais morna, nada muito quente. Eu conheço pessoas que pegam o café que acaba de sair da máquina e engolem. Tomam aquele café que imagino que deve sair queimando tudo: queima língua, queima o esôfago. As pessoas acabam se acostumando e não percebem, mas isso é altamente maléfico. E tentar manter o peso, alimentar-se de uma forma saudável, fazer atividade física. Não é tão difícil.

As pessoas que têm a doença do refluxo gastroesofágico, que independe da obesidade, do tipo de alimento que você está ingerindo, devem procurar o seu médico, o seu gastro, para poderem fazer o tratamento de prevenção e evitar essa agressão do ácido, ali no epitélio do esôfago e, assim, diminuir o risco da incidência do câncer de esôfago, nessa região.

Com relação ao tratamento, a gente sempre vem falando aqui que, quanto mais precoce, maiores as chances de cura e para o esôfago é a mesma coisa. E quanto mais precoce, menor é a agressividade do tratamento.

Então para fazer o diagnóstico é necessário a endoscopia. A endoscopia digestiva alta, aquele tubo que vai da boca até o estômago para poder fazer um diagnóstico. Ali, ele faz uma biópsia e a gente consegue identificar qual o terço do esôfago que está comprometido, qual o tipo do tumor, se é o adenocarcinoma do terço distal ou se é o carcinoma espinocelular dos dois terços superiores e, assim, a gente poder traçar o tratamento. Mas muitas vezes, você consegue fazer um tratamento que a chamamos de minimamente invasivo, nem precisa fazer cirurgia. Conseguimos fazer um procedimento através da própria endoscopia. Então: quanto mais cedo o diagnóstico, melhor.

Melhor do que fazer um diagnóstico precoce é não ter. A gente comentou aqui sobre os fatores de risco: vamos evitá-los! Com relação aos sintomas, que eu estava esquecendo de comentar, infelizmente, os sintomas quando você chega a sentir algo, você já vai ter uma lesão mais avançada, que é principalmente a dor ou a dificuldade para engolir, para deglutir, emagrecimento, fraqueza por anemia, fezes escuras – o sangramento no esôfago acaba provocando essas fezes escurecidas.

Mas, normalmente, quando isso acontece, o tumor já está mais avançado e o tratamento não vai conseguir ser tão simples como só uma ressecção pela endoscopia. Vai precisar ser feito, às vezes, uma cirurgia, uma quimio, uma rádio.

Então é isso! Eu queria alertar sobre o câncer de esôfago e vamos fazer nossa parte para reduzir a incidência dos cânceres no geral.

4 de março de 2021 by Blog do Corp 0 Comments

Pequenos hábitos na alimentação que podem fazer uma grande diferença

Olá, sou Natália Kodama, nutricionista do Corp, Centro de Oncologia de Rio Preto.

Hoje vim falar sobre alguns pequenos hábitos na sua alimentação que podem fazer uma grande diferença.

O primeiro deles é: tenha sempre um copo ou uma garrafa de água por perto, na mesa do trabalho, na sua bolsa, se você fica a maior parte do tempo fora de casa. Ou mesmo em casa, na sua vista. Isso facilita a ingestão de líquidos e contribui para a hidratação do nosso organismo.

Quanto de líquidos você tem tomado no seu dia a dia? A maior parte do nosso corpo é feita de água e a necessidade é bem individual. Ela varia conforme peso e intensidade de atividade física e clima também. Em ambientes mais quentes, a necessidade de líquidos acaba aumentando.

Falando em ingestão de líquidos, um outro hábito que faz toda a diferença é o controle da quantidade de líquido junto com as grandes refeições: almoço e jantar. É interessante que não se consuma mais do que meio copo de líquido junto com as suas refeições. Essa quantidade pode auxiliar a digestão. Mais do que isso pode prejudicar o processo digestivo, o que me leva ao próximo hábito muito importante: a mastigação.

Quanto tempo dura sua refeição, mastigando? Com a correria do dia a dia, muitas pessoas acabam comendo com muita pressa e a mastigação é muito importante para auxiliar o seu processo digestivo. Ela melhora o funcionamento intestinal, diminui o risco de refluxo, gastrite, controla a formação de gases. E também o ato de mastigar contribui para a saciedade, fazendo com que você não exagere no volume dos alimentos. Também gosto muito de ressaltar que é interessante que se coma com calma, observe o que está comendo, sinta o gosto dos alimentos e fique em um ambiente tranquilo, livre de distrações.

Um outro hábito que, muitas vezes, acaba sendo uma grande dificuldade para a maioria das pessoas, é tirar o açúcar do café, do chá, ou do suco. O nosso paladar se adapta aos sabores. A primeira vez que você tomar um café sem açúcar, vai achá-lo extremamente amargo e ruim, mas, com o tempo, você vai se acostumando com o sabor e passa a gostar dele puro.

Mais um hábito que acredito fazer toda a diferença é ter snacks saudáveis, de fácil acesso, a mão. Deixar, na bolsa ou no trabalho, um kit de castanhas, sementes, frutas secas, pois, em uma hora que bater a fome, você acaba não caindo tentação e não vai comer os snacks ricos em açúcares e gorduras.

Por fim, não vá ao mercado com fome. Quando estamos com fome, temos uma tendência a comprar mais alimentos do que precisamos e também alimentos com teor calórico aumentado.

Espero ter contribuído para que você mude alguns hábitos e depois me conte se você fez alguma diferença.

Até a próxima!

Natália Yano Kodama – CRN3 26429

23 de novembro de 2020 by Blog do Corp 0 Comments

Câncer de próstata e rastreamento populacional

Olá, sou José Altino, médico oncologista do CORP, Centro de Oncologia de Rio Preto.  

Estamos no mês de novembro, Novembro Azul, mês de prevenção para o câncer de próstata. 

Hoje vamos conversar a respeito do Rastreamento Populacional.  

Rastreamento Populacional é feito através de um exame chamado PSA, que é um antígeno específico prostático. Isso que significa PSA. No entanto, esse tipo de exame não é específico para câncer. Pode estar aumentado em doenças benignas, mais conhecida como a hiperplasia prostática. Portanto é um exame que se correlaciona com a próstata, mas não é específico para o câncer de próstata.   

Nos últimos dez anos, vários trabalhos científicos estão avaliando os benefícios do exame PSA como rotina, como Rastreamento Populacional. Um trabalho extremamente relevante, que a gente chama de meta-análise, que é a junção de vários trabalhos, foi analisado e montado pela Cochrane. Publicado em 2013, envolveu 341342 indivíduos (na faixa etária de 45 a 80 anos) e concluiu que a dosagem do PSA de rotina anualmente não diminuiu a mortalidade por câncer de próstata. Esse estudo, essa meta-análise foi um balde de água fria nos defensores da dosagem do PSA. 

Após este e vários outros trabalhos, em vários países como Austrália e Reino Unido, a decisão de realizar a dosagem do PSA é compartilhada entre o médico e o paciente. Já no Canadá, por exemplo, não existe indicação médica para a dosagem do PSA como exame preventivo. Nos Estados Unidos, várias mudanças transcorreram nesses últimos anos. Desde 2010, 2012, 2013 até 2017, quando criou-se um consenso: em homens com menos de 49 anos não se faz dosagem do PSA; entre 50 a 69 anos, a indicação de dosagem de PSA é compartilhada entre o médio e o paciente, entre fazer e não fazer; em homens com mais de 70 anos, é de acordo com os sintomas durante a consulta. 

E como fica o nosso Brasil? 

A Sociedade Brasileira de Medicina e o Instituto Nacional do Câncer não indicam dosagem de PSA de maneira preventiva. Já a Sociedade de Urologia Brasileira definiu como regra: em indivíduos entre 40 e 50 anos, a decisão é compartilhada; indivíduos com mais de 45 anos que sejam negros e com história familiar positiva devem fazer a dosagem do PSA; homens com mais de 75 anos, se o indivíduo tem nenhuma comorbidade (ou seja tem uma expectativa de vida maior que de 10 anos), a dosagem de PSA deve ser indicada preventivamente.  

Em resumo, no Brasil, a dosagem de PSA deve ser discutida com o urologista e é, preferencialmente, realizada entre 50 e 75 anos. Os extremos, ou seja abaixo de 45 anos, é apenas para negros e indivíduos com história familiar positiva e, quando acima de 75 anos, deve-se avaliar o histórico de doenças desse indivíduo, como hipertensão, infarto, diabetes e outras. 

O exame preventivo para o exame de próstata continua sendo a dosagem do PSA e o toque retal, que são estratégias preventivas. Portanto devemos ficar atentos aos sintomas de prostatismo e discutir, com o nosso médico, a indicação ou não da dosagem do PSA. 

José Altino – CRM 73227

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12 de novembro de 2020 by Blog do Corp 0 Comments

O Diabetes e o Câncer

Dia 14 de novembro é o dia mundial do diabetes e qual é a relação do diabetes com o câncer? 

Meu nome é Natália Kodama, sou nutricionista do Centro de Oncologia de Rio Preto e vim falar um pouquinho sobre o assunto. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 13 milhões de pessoas no Brasil convivem com o diabetes. Isso é equivalente a, mais ou menos, 7% da população. Por isso, é um dado com o qual nós devemos nos preocupar. Porque uma pessoa com diabetes aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres como: fígado, pâncreas, endométrio. E, segundo o Instituto Americano de Pesquisa sobre o Câncer, esse risco pode aumentar até duas vezes. Apesar de não ser consenso, alguns estudos também mostram um risco de desenvolvimento do câncer de colo e de mama. Além de todo o potencial ou risco da associação, também as duas doenças – tanto diabetes como câncer – compartilham fatores de riscos em comum como: a obesidade e a falta de atividade física. A obesidade, ou excesso de gordura corporal, aumenta a resistência à insulina como também desencadeia uma inflamação crônica, dois fatores de risco para o desenvolvimento dessas patologias. 

Uma alimentação com o teor de açúcar além do que deveria ser utilizado pode trazer um aporte energético maior do que a sua necessidade, fazendo com que haja um excesso de gordura corporal. Por isso que a gente sempre enfatiza a importância de fazer a alimentação baseada em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e também trabalhar com algumas opções para a gente tentar diminuir o consumo de açúcar, no nosso dia a dia. 

Algumas dicas eu posso deixar para vocês, que fazem com que a gente já comece nessa redução de gordura e açúcar na nossa alimentação. Então, por exemplo, trocar um refrigerante por uma água com gás e frutas, fazer águas aromatizadas com frutas, facilitam também a gente ter uma adesão melhor ao líquido. Tirar o açúcar, por exemplo, do seu chá ou polvilhar um pouquinho de canela no café, pra fazer também com que você não utilize o açúcar no café e, por fim, trabalhar com lanches de castanhas, frutas secas, fazendo assim você deixar, de lado, aqueles lanches com teor de açúcar aumentado. 

Então espero ter contribuído com algumas dicas e informações.

Obrigada. 

Nutricionista Natália Yano Kodama – CRN3 26429

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22 de outubro de 2020 by Blog do Corp 0 Comments

Vacinação contra o HPV em meninas e meninos.

Já ouviu falar sobre a vacinação contra o HPV em meninas adolescentes e, agora, em meninos?

Caso você esteja se perguntando sobre a eficácia da vacinação, leia as informações a seguir.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 2020, espera-se, aproximadamente, 16.590 novos casos de câncer de colo de útero com 6.526 mortes.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Considerando que 90% dos cânceres de colo de útero estão relacionados ao HPV, precisamos chamar a atenção para a vacinação oferecida pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas entre 9 a 26 anos vivendo com HIV / Aids e outras condições imunossupressoras como pacientes transplantados e em tratamento de câncer.

No último dia 20 de Outubro, foi publicado um grande estudo sueco*, no New England Journal of Medicine, sobre a relação entre a vacinação contra o papilomavírus humano na prevenção de lesões cervicais de alto grau e o risco subsequente de câncer cervical invasivo.

Através deste estudo, foi comprovado que a vacina reduz substancialmente o risco da doença em nível populacional. Essa redução foi de até 88% no risco de desenvolver o câncer de colo de útero nas jovens vacinadas, quando comparado com meninas não vacinadas. 

O estudo ainda confirma que a vacina quadrivalente protege contra o câncer cervical, porém, ressaltou a importância desta vacina ser aplicada ainda em idade jovem para uma melhor proteção, com uma redução do risco em até 88% em mulheres vacinadas antes dos 17 anos.

Os resultados, a longo prazo, vislumbram a redução significativa de câncer de colo de útero nas próximas décadas.

Você também tem várias informações a respeito do tema na Live que fizemos: HPV – Cuidado e proteção dos adolescentes. Na Live, o Dr. José Altino (CRM 73227), oncologista clínico do Corp, debate o assunto abordando questões do universo dessas jovens adolescentes com a Dra. Valéria Dória (CRM 79010), ginecologista e obstetra, e com a Prof. Dra. Maria Jaqueline Coelho Pinto (CRP 06/39394-1), psicóloga.

* O trabalho foi financiado pela Swedish Foundation for Strategic Research.

Fontes:

1 – Onconews – www.onconews.com.br

2 – HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer – Jiayao Lei, Ph.D., Par Sparén, Ph.D. et al – October 1, 2020 – N Engl J Med 2020; 383:1340-1348 – DOI: 10.1056/NEJMoa1917338

3 – Luostarinen et al., Int J Cancer, 2017

4 – Guo et al., An J Prev Med, 2018

5 – Lei et al., Br J Cancer, 2020

6 – Live do Corp sobre HPV: https://www.youtube.com/watch?v=3SSKHFvilm4&t=2s

7 – INCA: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero

19 de outubro de 2020 by Blog do Corp 0 Comments

Câncer de mama: tipos de tumores, diagnóstico, prevenção e tratamento

Olá, sou José Altino, médico oncologista do CORP, Centro de Oncologia de Rio Preto.

Hoje, vamos conversar sobre câncer de mama.

De acordo com dados do INCA, Instituto Nacional de Câncer do Brasil, para o ano de 2020, haverá aproximadamente 66.300 casos novos de câncer de mama.

Existem alguns tipos de câncer na mama como carcinoma ductal, carcinoma lobular – invasivo e não invasivo –, sarcomas e outros tipos de tumores, que terão percentual de curabilidade de acordo com a fase na qual é diagnosticado.

O diagnóstico se faz através do exame das mamas – autoexame –, mamografia, ultrassom, ressonância das mamas e, por fim, a biópsia quando necessário.

Uma pergunta muito frequente que é feita: Qual é a idade que a mulher deve começar a fazer os exames preventivos da mama?

A ocorrência de câncer de mama antes de 40 anos é baixa. Existem poucas mulheres que desenvolvem câncer de mama entre 20 e 40 anos.

Devemos ter uma atenção especial, obviamente, nas mulheres com história familiar positiva para câncer de mama ou câncer de ovário, nas quais a ocorrência de câncer mamário pode ser numa fase mais jovem.

O grande impacto no diagnóstico e redução da mortalidade pelo câncer de mama é a realização de mamografia, associada ou não a ultrassom de mamas, na faixa etária entre 50 e 65 anos, na qual existe um elevado risco do desenvolvimento do câncer de mama.

O tratamento do câncer de mama passa por cirurgia que pode ser desde uma mastectomia total, uma quadrantectomia – ou seja uma ressecção de um quadrante de uma parte da mama – ou até mesmo, atualmente, nodulectomia. Todos vão depender do tamanho do tumor, obviamente, para a melhor escolha do procedimento cirúrgico. Pode ser seguido de quimioterapia, radioterapia ou ainda de tratamento com comprimido anti hormonal, tendo em vista que 75% dos tumores apresentam seu crescimento estimulado pelo hormônio feminino.

Mas as medidas preventivas como não fumar, bebida alcoólica com moderação, dieta equilibrada (entre carne vermelha, peixe, frango, carboidratos, frutas e legumes) e atividade física são todas estratégias de extrema importância para evitar o desenvolvimento do câncer na mama. Enquanto os exames rotineiros permitem o diagnóstico precoce para aumentar a possibilidade de cura.

Agora, no ano de 2020, ano do isolamento social, no entanto ano da conexão virtual, com responsabilidade física, social, psíquica, familiar e econômica, faça essa conexão.

Para mais informações, visite o site do Corp.

Oncologista clínico Dr. José Altino – CRM 73227

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19 de outubro de 2020 by Blog do Corp 0 Comments

A importância do acompanhamento psicológico durante o tratamento da paciente com câncer de mama

Olá, meu nome é Vanessa Lourenção, sou psicóloga do Centro de Oncologia Rio Preto.

Hoje venho, até aqui, conversar um pouquinho com vocês sobre a importância do acompanhamento psicológico durante o tratamento de câncer de mama.

Sabemos que o mês de outubro é o mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama.

Esse câncer constitui a principal neoplasia que compromete as mulheres e é uma doença que, muitas vezes, causa muitas limitações. Limitações físicas, emocionais e também geram a interfase em relação ao convívio social, dificultando os relacionamentos interpessoais, devido à queda na qualidade de vida provocada pelo diagnóstico e tratamento.

O câncer de mama atinge o órgão responsável pela simbologia da feminilidade e, com isso, é natural que essas mulheres tenham algumas repercussões negativas em relação a essa doença.

Há a possibilidade de perda desse órgão, mutilação ou a retirada total da mama. Há também a vulnerabilidade provocada pelo fato da doença poder levá-la à morte, caso não tenha um tratamento adequado, em tempo (rápido), após diagnóstico.

Todas essas situações podem gerar um desgaste físico e emocional nessa mulher, gerando sentimentos, depressão, ansiedade, um luto antecipatório por medo da perda da feminilidade e dos seus valores.

Muitas dessas mulheres acabam por não externalizar essas emoções, essas preocupações aos seus familiares. Desta forma, ela acaba sentindo muito o peso do tratamento, desde a investigação desse módulo, quando detectado pelo toque ou pelo exame de rotina.

Essas mulheres já começam a sofrer sintomas de ansiedade, medo, tristeza, preocupação excessiva com a possibilidade de vir o diagnóstico de uma doença maligna. Então, desta forma, o acompanhamento psicológico torna-se fundamental desde o início. Desde o momento em que essa mulher está em investigação e quando ela recebe o diagnóstico.

Antes mesmo de iniciar o tratamento, é o momento ideal para que ela procure ajuda psicológica. É importante para que ela entenda o que está acontecendo, quais são os caminhos que ela tem, as possibilidades de tratamento, o que significa cada etapa, qual será a necessidade dela, o tipo de tumor que a biópsia detectou. Porque a gente sabe que tanto o procedimento cirúrgico – que pode retirar totalmente essa mama – assim como o tratamento quimioterápico, radioterápico e até o hormônio terápico vão gerar sintomas e efeitos colaterais nessa mulher e ela precisa aprender a lidar com todas essas modificações decorrentes deste tratamento.

Então o acompanhamento psicológico irá ajudá-la a entender quem é ela no meio desse novo contexto. Ajudá-la a criar estruturas e enfrentamento positivo perante a doença, a aprender lidar com os sintomas e com todas as questões de preocupações, dúvidas e incertezas. Enfim, vai ajudá-la a trabalhar com esse aspecto emocional, desde o início.

Esse acompanhamento psicológico também se estende aos familiares, que muitas vezes ficam perdidos, não sabem como ajudar, ficam temerosos ou falam demais sobre o assunto de uma forma muito negativa.  Ou não tocam no assunto, podendo gerar um sentimento até de distanciamento da paciente com seus familiares. Na vida conjugal, isso pode gerar um prejuízo, um distanciamento entre o casal. Às vezes, o marido não sabe muito bem como lidar com a situação. Então esse suporte psicológico vai auxiliar essa família em como lidar com essa dor do momento, como criar estruturas cognitivas e estruturas emocionais para ajudar essa mulher a se fortalecer durante essa caminhada.

Se você está passando por esse problema ou conhece alguém que esteja passando por esse problema, oriente para que busque esse acompanhamento psicológico o mais rápido possível.

E para finalizar, venho reforçar – o que a gente sempre acaba orientando, em todo mês de outubro – sobre a importância do autoexame, do toque e dos exames anuais de rotina. Para que vocês, caso detectado o nódulo, corram e façam o tratamento precocemente, pois aumenta muito a chance de cura, quando tratado precocemente.

Obrigada.

Psicóloga Vanessa Cristina Lourenção – CRP 06/84913

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