Olá, sou a Dra Amanda Laguna Cury, oncologista do Centro de Oncologia Rio Preto. Estou falando hoje sobre o câncer de ovário, porque hoje é o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Ovário.
O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer de colo de útero.
É considerada uma doença silenciosa por conta da demora na manifestação dos sintomas. Dessa forma, muitas vezes, é diagnosticado de forma tardia: Cerca de 70 a 80% do câncer de ovário é diagnosticado em estágios avançados que são os estágios 3 ou 4 da doença e é o tumor feminino com maior mortalidade.
Os sintomas são inespecíficos. Muitas vezes, a mulher pode se queixar de dor abdominal difusa ou, então, dor na parte inferior do abdômen, constipação intestinal, má digestão ou até mesmo aparecimento de aumento do volume abdominal.
Temos também que ficar atentos aos fatores de risco para esse tipo de tumor. Os fatores de risco para o câncer de ovário são:
- A idade avançada, geralmente acima dos 50 anos de idade;
- Obesidade;
- Fatores reprodutivos que seriam história de infertilidade, menstruação precoce antes dos 12 anos de idade ou então menopausa tardia que seria mais ou menos após aos 52 anos.
- Fatores genéticos: 25% dos carcinomas de ovário possuem mutações genéticas hereditárias. As mais comuns são as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Devido à prevalência dessas mutações no câncer de ovário, principalmente do carcinoma epitelial de ovário, que é o mais comum, é aconselhado a todas as mulheres com diagnóstico de câncer de ovário, independentemente da idade, passar por aconselhamento genético, principalmente para pesquisar as mutações nesses genes BRCA1 e BRCA2.
- Histórico familiar do paciente: existem síndromes genéticas hereditárias relacionadas ao câncer de ovário. É importante sempre perguntar para a mulher se existem casos na família de câncer de mama, de câncer de ovário ou até mesmo de câncer de intestino, pois existem síndromes hereditárias que causam câncer de ovário e também estão relacionadas com esses tipos de tumores.
Infelizmente, não se tem um método de rastreio efetivo para detecção precoce do câncer de ovário, portanto, o diagnóstico é suspeitado através dos sinais e sintomas da doença, como já falado anteriormente.
O tratamento vai depender do estágio da doença. Na maioria das vezes, se compõe de quimioterapia e cirurgia. Esse tipo de câncer responde muito bem ao tratamento com quimioterapia, porém a taxa de recidiva é bastante alta chegando, em média, a 70 ou 80% de recidiva nos primeiros dois ou três anos de acompanhamento, após o tratamento.
Hoje em dia, existem novos medicamentos que usamos como manutenção após o término do tratamento para diminuir a recidiva nessas pacientes.
Para mais informações, fique atento ao site do Corp ou nossas redes sociais Facebook e Instagram!
Dra. Amanda Cury – CRM 145433