Originalmente, os cuidados paliativos foram elaborados somente para o tratamento oncológico, no entanto atualmente englobam qualquer doença que ameace a vida por ser progressiva ou até mesmo incurável. Nesse sentido, é preciso desmistificar a ideia de que cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento e o paciente estiver em condição de terminalidade. Seu principal conceito é promover a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento.
Por essa razão, quanto mais o comportamento das pessoas for no sentido de se buscar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios regulares devidamente recomendados, mais estará propenso a obter melhor qualidade de vida.
Atitudes positivas estão diretamente ligadas a quatro mensagens-chave para a conscientização das pessoas: escolher uma vida saudável, prover a detecção precoce, obter acesso integral ao tratamento do câncer e potencializar a qualidade de vida. Esses quatro focos fazem parte das metas da Declaração Mundial do Câncer para reduzir em 25% o número de mortes prematuras pela doença.
Que tal refletir a respeito? Para isso, as perguntas principais a serem feitas são:
PREVENÇÃO
Quais hábitos podem ser incluídos na rotina que são considerados como auxílio na prevenção do câncer?
Primeiro: Não fumar!
O fumo libera substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Poluem o ambiente e são fatores de risco para desenvolvimento de câncer de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago.
Segundo: Evitar consumo de bebidas alcoólicas
O álcool é importante fator de risco no desenvolvimento de cânceres de estômago, esôfago e de cabeça e pescoço.
Terceiro: Optar por uma alimentação saudável
A alimentação deve ser variada, equilibrada, saborosa, respeitar a cultura e proporcionar prazer e saúde. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores que podem prevenir contra vários tipos de câncer como gastrointestinais, colorretal e ginecológicos.
Quarto: Mantenha o peso corporal
Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e exercícios físicos.
Quinto: Pratique atividades físicas diariamente
Atividades físicas como caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim, natação, hidroginástica, entre outros exercícios são importantes. Devemos realizar pelo menos 40 minutos de atividade física no mínimo três vezes por semana.
Sexto: Amamente seus filhos
O aleitamento materno é alimentação saudável. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. A partir de então, deve-se complementar a amamentação com outros alimentos saudáveis até os dois anos ou mais.
Sétimo: Mulheres devem fazer exame Papanicolau
A mulher deve começar a fazer o preventivo a partir dos 21 anos. Ela não precisa ser sexualmente ativa antes do exame, pois o mesmo pode ser realizado em mulheres virgens por ginecologistas. O “preventivo” é o exame que detecta o câncer do colo do útero. Os dois primeiros exames devem ser anuais e, se tiverem normais, deve ser repetido após 3 anos. O exame precisa ser feito todo ano apenas nas mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas.
O exame preventivo pode ser feito gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família (USF) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Oitavo: Realizar vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, desde 2014, a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A vacinação e o exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
Em 2017, as meninas de 14 anos também foram incluídas. Além disso, o esquema vacinal do SUS foi ampliado para meninos de 11 a 14 anos para prevenção de câncer de pênis.
Nono: Evite exposição ao sol entre 10h e 16h
Use sempre proteção adequada, como protetor solar, chapéus e até roupas uvline. Tais medidas previnem o câncer de pele.
AUTOEXAME
Consigo me auto examinar? De qual forma? Senão, quais são os primeiros sinais?
É possível realizar o autoexame das mamas da seguinte forma:
- Em pé no chuveiro ou deitada – Coloque a mão direita atrás da cabeça. Deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita. Repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda.
- Diante do espelho: Inspecione suas mamas com os braços abaixados ao longo do corpo. Levante os braços, colocando as mãos na cabeça. Observe se ocorre alguma mudança no contorno das mamas ou no bico. Repita a observação, colocando as mãos na cintura e apertando-a. Observe se há qualquer alteração. Finalmente, esprema o mamilo delicadamente e observe se sai qualquer secreção. A observação de alterações na pele ou no bico do seio como retrações tipo “casca de laranja”, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias não significam, obrigatoriamente, a existência de câncer, mas indica que é necessário procurar um médico para avaliação, diagnóstico, orientação e tratamento adequado.
DESCOBRI, E AGORA? O QUE DEVO FAZER?
Se descobrir alguma alteração corpórea como: nódulos, alteração de pele ou secreção mamária é recomendado procurar um médico especializado para avaliação, orientação, diagnóstico e tratamento.
Andreia Cristina de Paula, Cuidados Paliativos – CRM 108378