O tabagismo é responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão, dado este já é alarmante; somam-se ainda doenças cardiovasculares e outros tipos de cânceres estão relacionados ao consumo de tabaco, hábito de vida socialmente aceito e legalizado mundialmente.
As pesquisas médicas desde 1984, a Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve quatro tipos de câncer de pulmão, como carcinoma espinocelular, adenocarcinoma, carcinoma de grandes células e por fim carcinoma de pequenas células, todos correlacionados com uso de tabaco, com uma expectativa de vida de apenas 6 a 9 meses, conforme descrição no Livro do Professor Antônio Ramos Junior, publicado em 1984.
Após 10 anos publicações médicas descrevem novos tipos de câncer de pulmão, como o tipo bronquíolo alveolar e carcinoma de células claras, apesar dos avanços daquela época a expectativa de vida permanecia a mesma, de acordo com os Professores André Márcio Murad e Artur Katz.
Em 2004, a OMS descreve aproximadamente 24 tipos de câncer de pulmão, já utilizando novos testes diagnósticos das biópsias pulmonares por imunohistoquímica (exame que pesquisa moléculas associadas a diferentes tipos de tumor) e testes moleculares. Os pesquisadores começam a perceber que existem algumas diferenças entre o câncer de pulmão dos fumantes e dos não fumantes, porém a sobrevida em 5 anos permanece ao redor de 20%.
No mesmo ano de 2004, foi publicado pelo New England Journal of Medicine o estudo conhecido mundialmente como IALT, que comprovou um ganho no tempo de vida de 4-5% para os pacientes que faziam cirurgia, seguido de tratamento de quimioterapia. Citação extraída do Livro Manual de Oncologia do Professor José Renan Q. Guimarães, publicado em 2008.
No Livro de Atualizações sobre Câncer de Pulmão do Professor Riad N. Younes publicado em 2016, é descrito que 80-90% dos portadores de câncer de pulmão são tabagistas ativos ou mesmo passivos, ou seja, o companheiro dos fumantes ativos e que também pode desenvolver o câncer.
Atualmente, várias técnicas são utilizadas para diagnóstico definitivo da doença, como broncoscopia (aparelho introduzido dentro dos pulmões), broncoscopia associado a um aparelho de ultrason (EBUS), mediastinoscopia (uma câmera que penetra entre os dois pulmões), biópsia por punção transtorácica, análise do líquido pleural (líquido produzido pelo próprio câncer) e, o melhor de tudo, várias análises moleculares a partir das quais é possível o tratamento em comprimidos ou mesmo injetáveis. Isso propicia menor efeito colateral para os pacientes e ainda aumento do tempo de vida, de acordo com grau da doença destes pacientes. É possível até mesmo falar em cura, quando diagnosticado precocemente.
O que não mudou durante estes trinta anos é o fato que 80 a 90% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do tabagismo, um mal que precisa ser combatido.