Neste final de semana, foi lançada uma nova droga para ser usada no tratamento do câncer de bexiga e a Dra. Flávia Lidiane A. do Nascimento (CRM 116533), oncologista clínica do CORP (Centro de Oncologia Rio Preto), esteve presente no evento de lançamento.
A neoplasia maligna de bexiga é o sétimo tumor mais comum em homens no Brasil e, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), espera-se cerca de 7.590 novos casos em homens e 3.050 novos casos em mulheres, entre os anos de 2020 e 2022.
Porém, chegou no Brasil o Enfortumabe Vedotina, que é um anticorpo conjugado à droga (ADC).
Em maio deste ano, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o anticorpo Enfortumabe Vedotina, conjugado à droga (ADC), para o tratamento de pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, previamente tratados com quimioterapia baseada em platina e inibidor de checkpoint (Imunoterapia), além de pacientes inelegíveis a cisplatina que receberam ao menos uma linha de tratamento sistêmico (administrado via oral ou injetado sob a pele, no músculo ou nas veias) prévia.
O mecanismo de ação desse medicamento é semelhante a um Cavalo de Troia. O anticorpo se liga à uma proteína da superfície da célula tumoral, a nectina-4, e internaliza o complexo que contém o quimioterápico propriamente dito para impedir que a célula se multiplique, bloqueando o ciclo celular e provocando a sua morte, via um fenômeno conhecido como apoptose.
Essa classe de medicamentos é ainda nova na área da oncologia, mas tem um mecanismo promissor e vem apresentando respostas consistentes em pacientes previamente tratados e que progrediram com as terapias já aprovadas para o tratamento desse tumor.
O câncer de bexiga apresenta os seguintes fatores de risco:
– É 3 vezes mais comum em homens;
– Está associado, principalmente, ao tabagismo;
– Acomete mais pacientes idosos (com mais de 65 anos);
– Exposição ocupacional ao arsênio;
– Irradiação prévia da bexiga.
Existem três tipos de câncer de bexiga:
. Carcinoma de células de transição (também conhecido como carcinoma urotelial): representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga. Origina-se nas células uroteliais que limitam o interior da bexiga e outras partes do trato urinário, como parte do rim, ureteres e uretra.
. Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas.
. Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se disseminar até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo.
Há décadas, o tratamento dessa neoplasia é baseado em quimioterapia convencional e era carente em novas drogas”, menciona Dra. Flávia do Nascimento, médica oncologista do Corp.
O diagnóstico precoce do câncer de bexiga possibilita melhores resultados em seu tratamento e pode ser investigado a partir de sintomas como: dor ao urinar e sangue na urina. Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas, mesmo assim é importante que sejam logo investigados.
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